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Derrota para o HPV

Brasil deve ampliar vacinação contra vírus que causa cânceres de alta incidência

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Profissional de saúde aplica vacina contra o HPV - Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde

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Segundo a Organização Mundial da Saúde, o papilomavírus humano (HPV) é responsável por mais de 95% dos casos de câncer de colo uterino, que causa cerca de 340 mil mortes por ano no mundo. Mas a contaminação não atinge apenas mulheres, já que os cânceres colorretal, no pênis e na orofaringe também estão relacionados ao vírus.

Felizmente, há imunizantes. O problema, no Brasil, é que a vacinação enfrenta dificuldades.

Em 2022, não se atingiu a meta de 80% de cobertura na faixa etária de 9 a 14 anos —para adultos, o imunizante é ofertado a pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos.

Segundo o Ministério da Saúde, a adesão entre meninas foi de 75,9% na primeira dose e de 57,4% na segunda. Já entre os meninos, foi ainda menor: 52,3% e 36,6%.

A situação é preocupante, dado que o Instituto Nacional de Câncer estima 17 mil novos casos em 2023, e o câncer cervical é o terceiro mais comum em mulheres, causando mais de 6.000 mortes por ano.

Ademais, estima-se que o câncer colorretal será o terceiro mais comum em casos por 100 mil habitantes para ambos os sexos —20,8 em homens e 21,4 em mulheres. A vacina contra o HPV, portanto, não pode ser exclusiva para garotas.

Campanhas de esclarecimento também podem diminuir moralismos, já que o HPV é transmitido por relação sexual e há pais que não vacinam seus filhos alegando que eles não têm vida sexual ativa.

Especialistas também consideram que fake news que exageram e inventam reações graves possam estar relacionadas à baixa cobertura —mas a vacina é segura e produz efeitos adversos comuns, como dor no local da aplicação e febre.

A dificuldade com o HPV faz parte de um fenômeno nacional mais amplo de queda nos índices de vacinação. A cobertura contra a poliomielite, por exemplo, vem caindo desde 2016, quando ficou abaixo dos 90%, chegando a 76,1% em 2020 e a 69,9% em 2021.

Deve-se também adequar campanhas e logísticas às realidades regionais. Só Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina obtiveram mais de 50% de cobertura na segunda dose para meninos, enquanto o Amapá teve 19,70% e o Acre apenas 10,44%.

A ciência conhece o vírus e desenvolveu vacinas. O Brasil tem expertise na imunização em amplo território pelo SUS. Não há desculpa para que as futuras gerações ainda tenham de lidar com tipos de câncer que têm causa tratável.

editoriais@grupofolha.com

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