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Busca da objetividade distingue jornalismo de militância e fortalece democracia

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Martin Baron, ex-editor-executivo do Washington Post - Justin T. Gellerson/The New York Times

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A onda de direita populista, que teve em Donald Trump seu expoente mundial e em Jair Bolsonaro (PL) o similar nacional, fustigou os pontos basilares da democracia.

A soberania do voto popular, a independência entre os Poderes, o respeito às minorias, o pacto iluminista, eis alguns dos alvos preferenciais. Todos passaram por seu principal teste de estresse em décadas —e sobreviveram, fortalecendo-se durante o processo.

Menos atenção se prestou a outra instituição igualmente fundamental e sob ataque: o jornalismo profissional, aquele que segue regras técnicas e padrões de conduta que, se aplicados, levam ao mais próximo possível do que se convencionou chamar de objetividade.

Nesse caso os ataques vieram dos extremistas, certamente, mas também de moderados e de parte dos próprios jornalistas. Em tempos de exceção, argumentaram alguns, a imprensa deveria tomar lado, abrindo mão da objetividade.

Não é o que pensa Martin Baron, ex-editor-executivo do diário Washington Post, em artigo cuja tradução em português foi publicada por esta Folha. Se esperamos juízes e médicos objetivos, devemos desejar o mesmo dos jornalistas, provoca o autor do texto.

Isso não quer dizer neutralidade, falsa equivalência ou uma camisa de força, escreve ele, mas investigação dos fatos, que são sempre complexos, disposição para ouvir e ânsia de aprender —o que se harmoniza com os compromissos aqui firmados de jornalismo crítico, apartidário e pluralista.

Baron ganhou fama ao conduzir a equipe de jornalistas que revelou décadas de abuso sexual contra menores e acobertamento da cúpula da Igreja Católica nos Estados Unidos; depois, sob o bilionário Jeff Bezos, conduziu o Washington Post ao mundo digital e de volta à relevância. Ele tem razão. Mil adjetivos não substituem uma informação exclusiva de qualidade.

É bastante provável que a revelação pela Folha, entre o primeiro e segundo turnos, de que a equipe de Paulo Guedes planejava mexer nas regras de reajuste de aposentadoria e salário mínimo tenha abalado mais a candidatura de Bolsonaro que milhares de posts publicados nas redes sociais naquele período.

Um exemplo entre tantos que foram e têm sido veiculados por títulos como UOL, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Valor Econômico. Ao abrir mão da busca pela objetividade, o jornalismo passa a ser militância e perde a eficácia. Ao praticá-la, fortalece a democracia.

É o que este jornal defende e, com erros e acertos, procura fazer diariamente.

editoriais@grupofolha.com.br

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