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Trégua econômica

Melhora de expectativas cria chance para o governo, que precisa fixar confiança

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Vista aérea de contêineres no terminal do porto de Santos (SP) - Eduardo Knapp/Folhapress

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Graças a um tanto de sorte e outro de mérito, as últimas semanas foram de melhora das expectativas econômicas de curto prazo.

Com a ajuda do recuo dos preços globais de matérias-primas, o IPCA caiu a 0,23% em maio, menos do que esperava a maior parte dos analistas. As projeções para este 2023 enfim deixaram a casa dos 6% e se encontram em torno de 5,4% agora —o que torna mais provável o início do corte dos juros do Banco Central.

O Produto Interno Bruto do primeiro trimestre também se mostrou melhor que a encomenda, graças a um desempenho excepcional do setor agropecuário. As estimativas para o ano, que chegaram a ficar abaixo de um vexatório 0,8%, agora caminham para algo mais próximo de 2% ou mais.

Têm sido bons, ademais, os resultados do comércio exterior, a despeito das incertezas quanto à conjuntura internacional. As exportações somaram US$ 136,1 bilhões de janeiro a maio, em alta de 3,6% sobre o mesmo período de 2022, e a balança teve superávit de expressivos US$ 34,9 bilhões.

Os temores mais sombrios para o início do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram dissipados —e, se o presidente não voltar a tensionar o ambiente, um ciclo mais virtuoso pode ter início.

Será um erro imaginar que as dificuldades ficaram para trás. A inflação permanece acima da meta e ainda exige atenção do BC. Os números do PIB mostram fraqueza do consumo e queda de investimentos, e o saldo do segundo trimestre provavelmente será pior.

Como sugere estudo recém-publicado pela FGV, o desemprego só não subiu mais neste ano porque cerca de 3 milhões de brasileiros deixaram a força de trabalho —vale dizer, não estão mais ocupados nem procurando vagas.

A atual trégua econômica, pois, não exime o governo de fixar bases mais sólidas de confiança para prazos maiores. A providência imediata é reforçar a credibilidade do objetivo de eliminar o déficit das contas do Tesouro em 2024.

De acordo com pesquisa do Ministério da Fazenda, as projeções de analistas no início de maio ainda apontavam para um rombo em torno dos R$ 80 bilhões no próximo ano. É preciso demonstrar intenção e viabilidade de ao menos reduzir drasticamente esse montante, inclusive contendo despesas.

O avanço da reforma tributária e a conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia são outros passos importantes —além, é claro, do cuidado em não caminhar para trás, como já se ensaiou neste início de governo.

editoriais@grupofolha.com.br

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