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Brutalidade policial

Gestão paulista precisa investigar excessos em ação com cerca de 10 mortes

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Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Guilherme Derrite, secretário de Segurança - Rogério Cassimiro/Governo do Estado de SP

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Algo vai muito mal quando cerca de uma dezena de pessoas são mortas durante uma operação policial e o governador do estado diz que "não houve excesso". O comentário de Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre ação perpetrada no último fim de semana no litoral paulista expõe uma visão nefasta do papel das polícias e sobre eficiência em política pública.

Na quinta (27), Patrick Bastos Reis, soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), foi assassinado a tiros enquanto realizava patrulha de rotina em Guarujá.

Por óbvio, o crime comoveu as forças policiais. Contudo, o Estado detém o monopólio do uso da força legítima justamente para agir com razão e técnica, evitando excessos e infrações de direitos.

Mas não foi o que se viu no litoral do estado. A megaoperação pela busca do suspeito do crime causou 8 mortes, segundo o governo (e no mínimo 10, segundo a Ouvidoria das Polícias). Moradores denunciam casos de tortura e ameaças. De acordo com Tarcísio, os relatos "não passam de narrativa".

O suspeito se entregou numa delegacia em Guarujá no domingo (30) e nega a autoria do homicídio.

Apesar de evitar radicalismos, é inegável o vínculo do governador com a bandeira ideológica e corporativista de Jair Bolsonaro (PL) na área da segurança, como mostram suas declarações, e de sua equipe, sobre o episódio no litoral.

Seria melhor se o governador mantivesse uma postura pragmática, com foco em gestão. Afinal, há muito trabalho a ser feito.

Entre janeiro e julho deste ano, os casos de estupros no estado tiveram alta de 15,5% em relação ao mesmo período de 2022, com 7.089 —maior número da série histórica iniciada em 2001. Na capital, a alta foi de 26%. Os furtos cresceram 2,8% no estado e 6,9% na capital.

Há que esclarecer, ainda, os dados sobre extorsão mediante sequestro, ocultados da plataforma da Secretaria de Segurança Pública.

Ademais, até agora não há medidas integradas para a cracolândia, que gera distúrbios para comerciantes e moradores do centro, região com alta na criminalidade.

O Ministério Público paulista abrirá investigação para apurar excesso de força policial em Guarujá. O governo do estado deveria seguir o exemplo, acionando corregedorias, em vez de considerar como sucesso uma ação do poder público que elimina vidas.

editoriais@grupofolha.com.br

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