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Liberdade sem terror

Progressismo precisa separar a causa palestina do radicalismo teocrático

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Manifestantes pró-Palestina seguram cartazes com a frase "A resistência é justificada quando povos são ocupados", em Chicago (EUA) - Scott Olson - 11.out.23/AFP

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Após o ataque brutal do Hamas a Israel, seguiu-se uma onda de protestos a favor da causa palestina não apenas no mundo árabe, mas em países do Ocidente, como Inglaterra, Alemanha, França e EUA.

A partir de uma versão do conceito de interseccionalidade, parte do campo da esquerda acredita numa espécie de comunhão na luta de todas as minorias contra um opressor comum universal.

Assim, feministas, LGBTQIA+ e demais progressistas deveriam se unir em torno de qualquer grupo que enfrente o colonialismo representado por Israel e pelos EUA.

Confunde-se, no entanto, uma demanda legítima —contra a opressão dos palestinos na região— com atos do Hamas, um grupo terrorista apoiado pela teocracia do Irã, que, de modo contumaz, viola liberdades individuais e direitos humanos que movimentos progressistas afirmam defender.

No último dia 22, a Justiça do país condenou as jornalistas Elaheh Mohammadi e Niloofar Hamedi a penas de sete e seis anos de prisão, respectivamente. As duas participaram ativamente da cobertura da morte de Mahsa Amini sob custódia da polícia moral iraniana em setembro do ano passado.

A jovem fora presa por violar o código de vestimenta, isto é, por não usar o véu da forma que as autoridades entendem ser a correta. Segundo a polícia, ela pereceu devido a doença preexistente, mas há claros indícios de que foi espancada. Uma série de protestos, muitos violentamente reprimidos, se seguiram à notícia da morte de Amini.

As acusações contra Mohammadi e Hamedi incluíram colaboração com os EUA e propaganda contra a República Islâmica, que poderiam render penas de prisão perpétua. Elas ainda podem recorrer.

ONGs de defesa da liberdade de imprensa classificaram o episódio como uma farsa e pedem a imediata libertação das jornalistas.

O caso não é isolado. Mais de 90 profissionais de imprensa foram presos ou detidos para interrogatório desde os protestos. Estima-se que quase 20 mil pessoas foram encarceradas; sete foram condenadas à morte e executadas.

Por isso é importante lembrar, neste momento, a real natureza da ditadura iraniana e de outras organizações de cunho teocrático radical como o Hamas. Elas não são amigas das mulheres, da comunidade LGBTQIA+, nem de nenhum grupo que preze pelas liberdades individuais garantidas por um Estado laico, democrático e de Direito.

editoriais@grupofolha.com.br

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