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O que a Folha pensa COP28

Fósseis em Dubai

Em ano de calor histórico, COP28 se debate com petróleo, carvão e gás natural

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Usina termoelétrica de carvão em Wuhan (China) - Reuters//Stringer/File Photo

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Durou pouco a animação com a COP28 em Dubai, após anúncio já no primeiro dia da efetivação de um fundo para perdas e danos de nações flageladas pela mudança climática. Logo as negociações entraram no compasso habitual de estagnação, que se espera venha a ser rompida na segunda semana.

Os US$ 700 milhões do fundo perfazem 0,7% dos recursos necessários para remediar desastres, estimados em US$ 100 bilhões anuais. Configuram, porém, rara boa nova num cenário ameaçador, com 2023 confirmado como o ano mais quente em registro e a concentração de gases do efeito estufa no patamar mais alto em 14 milhões de anos.

Começa agora a fase ministerial da conferência nos Emirados Árabes, que reúne 197 países para efetuar um balanço do que fizeram para minimizar o aquecimento global. A expectativa é que o primeiro escalão dos governos consiga desatar os nós principais, como a eliminação dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural).

Ministros encontrarão sobre a mesa quatro opções de texto nesse item da futura declaração final da COP28. A única mais ou menos em linha com a meta de Paris (limitar aquecimento a 1,5ºC) propõe eliminação gradual dos combustíveis fósseis não compensados até a metade do século, como defendem EUA e União Europeia.

O fulcro está em "não compensados", o que abre espaço para seguir explorando e queimando carbono do subsolo, na confiança de que será possível extraí-lo depois da atmosfera. Há dúvidas de que isso seja técnica e economicamente viável —para nada dizer de métodos de aferição, cujo debate levaria anos até atingir consenso.

Outra formulação propugna "ordenada e justa eliminação gradual dos combustíveis fósseis", sem prazo. As duas propostas remanescentes falam em eliminar apenas carvão mineral, com forte objeção de China e Índia, ou meramente "subsídios ineficientes" para fósseis.

Pode ser que alguma redação ainda mais vaga da neutralidade com brechas defendida por europeus e norte-americanos se torne aceitável para economias petroleiras, como o país anfitrião. A meio caminho da COP28, ainda parece improvável que a reunião produza um texto condizente com as recomendações técnicas.

A atmosfera já se aqueceu algo como 1,1ºC ou 1,2ºC, e as emissões de carbono seguem em alta. No ritmo atual, alcançará entre 2,5ºC e 3ºC, com impacto muito mais grave do que as populações vulneráveis já enfrentam neste escaldante 2023.

editoriais@grupofolha.com.br

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