Siga a folha

Descrição de chapéu
O que a Folha pensa

Muito pela frente

Alta na nota de crédito é positiva; investimento requer menos gasto e mais PIB

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, durante entrevista sobre a nota de crédito brasileira, em Brasília (DF) - Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

As três maiores empresas globais de avaliação de risco de crédito agora consideram que faltam duas promoções para que a dívida do governo do Brasil deixe de ser considerada um investimento especulativo —e que receba o assim chamado grau de investimento.

Na terça (19), a S&P juntou-se à Moody’s e à Fitch e levou a esse patamar a nota que dá à credibilidade dos títulos soberanos do país. É um avanço, embora de escasso efeito prático por enquanto.

A percepção dos investidores a respeito do Brasil já mudara antes das reclassificações dessas firmas de avaliação de crédito. O risco-país se encontra nos níveis mais baixos em uma década.

Além do mais, a não ser em caso excepcional, ainda levará anos para que a dívida do governo federal chegue ao décimo e mais baixo patamar da elite dos ativos confiáveis, de reduzido risco de calote.

Chegando à primeira divisão, o Brasil ganha chances de se tornar destino de capitais que ora se desviam daqui por causa da falta de grau de investimento.

Segundo a S&P, a elevação da nota se deveu ao progresso das reformas —incrementado agora pelo grande feito da aprovação da mudança na tributação do consumo, que tende a tornar a economia mais eficiente a longo prazo.

Há ressalvas, claro. Uma melhora fundamental do crédito está associada à contenção do aumento da dívida pública. O endividamento, por sua vez, depende do tamanho dos déficits nas contas do Tesouro, de taxas de juros e do crescimento econômico. Juros menores e PIB maior dependem do controle da dívida, tudo mais constante.

É um trabalho concertado de administração macroeconômica. A estabilização do passivo do Estado como proporção do PIB ainda não está no horizonte. O próprio PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva resiste ao controle do déficit, e o governo insiste no erro de fazer o ajuste apenas pelo lado da arrecadação —o que não é factível.

É possível que o efeito acumulado das reformas e a pujança exportadora permitam taxas maiores de crescimento nos próximos anos. Infelizmente, porém, ainda não se vislumbra uma aceleração maior do ritmo de avanço do PIB.

A melhoria da nota de crédito ainda assim é uma boa notícia, um retoque na imagem do Brasil, arruinada na última década. Há como recuperar credibilidade mais rapidamente, porém, e colher seus efeitos mesmo antes que amadureçam as notas das empresas de avaliação de risco.

Reformas, mais concorrência, controle de gastos públicos, mais educação, ciência e tecnologia são modos de acelerar o desenvolvimento, reduzir o peso da dívida e recolocar o país em outra divisão.

editoriais@grupofolha.com.br

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas