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Leitor 'deu' neto para a mãe, um Gol Samuel; veja histórias com o carro

Volkswagen anunciou que deixará de produzir veículo no Brasil após 42 anos

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Americana (SP)

Longas viagens, momentos marcantes com a família e vários perrengues fazem parte das memórias dos leitores da Folha com o Volkswagen Gol.

Lançado em 1980, o veículo deixará de ser produzido pela montadora em dezembro. O compacto será substituído por um novo modelo, o Polo Track. Por 27 anos, o Gol se manteve como o carro mais vendido do país.

Registro da viagem que a leitora Cristina Braga fez com o marido, de Curitiba (PR), para Argentina e Chile, a bordo de um Gol, na década de 1990 - Cristina Braga/Leitora

"Nunca tive um carro tão valente!", contou a engenheira Cristina Braga, 60, de Curitiba (PR). Ela diz que suas melhores lembranças com o automóvel são de uma viagem de 45 dias em que ela e marido percorreram 14.500 km, nos anos 1990, de Curitiba a Punta Arenas, no Chile, passando pela Argentina.

"Estivemos na base do Aconcágua, visitamos regiões de vulcões, uma "pinguinera", uma reserva de lobos e elefantes marinhos. Durante toda a viagem tivemos apenas dois pneus furados. Foi a viagem da minha vida!".

A leitora Laura Mourão, 30, de Belo Horizonte (MG), contou que a mãe ganhou um Gol 1.0 vermelho em um sorteio de uma marca de biscoitos, na Copa de 2002. "Eu tinha 11 anos e me lembro da incredulidade do meu pai quando telefonaram lá em casa informando. O carro veio cheio de caixas de biscoito e passamos um ano doando biscoitos para várias pessoas!"

O veículo acompanhou a família por muitos anos e algumas viagens de férias, especialmente para os estados de RJ e ES, até ser furtado, em 2011 ou 2012. "Em 2010, quando eu tirei minha carteira de motorista, ainda tínhamos o mesmo carro, sem direção hidráulica ou vidro elétrico. Eu não gostava de dirigi-lo por causa disso. Era difícil manobrar", disse a servidora pública.

O leitor Bruno Bruno Toshikazu Ikeuti comprou o Gol GTS no ano passado; seu sonho desde criança era ter um Gol quadrado - Bruno Toshikazu Ikeuti/Leitor

No ano passado, o administrador Bruno Toshikazu Ikeuti, 32, de São Paulo, realizou um sonho de criança: ter um Gol "quadrado". Ele adquiriu o veículo no modelo GTS 1992 em um leilão de carros antigos. É seu primeiro automóvel.

"Tive problemas com o carro logo no início. Não me toquei que o fato de ele ter ficado em uma ladeira era pela falta de bateria e que durante o leilão o apresentador não deixou ligar o ar condicionado (quando ligava, o carro apagava)", contou, rindo. "Mas o carro era lindo, com muitas peças originais, e eu já estava cansado de procurar outros."

"Minhas principais lembranças são as vergonhas que ele já me fez passar. Eu já parei as principais vias de São Paulo. Parei a Rebouças e a Radial três vezes no mesmo dia, a avenida Paulista umas quatro; Marginal Pinheiros e Tietê umas duas vezes, a Faria Lima e outras... Todas as vezes muitas pessoas vieram ajudar, contar que alguém da família teve um golzinho quadrado e partilhar alguma lembrança, o que eu acho a parte mais legal de ter um carro desses."

Samuel, o Gol G3 Power do leitor Gustavo Alves de Castro - Gustavo Alves de Castro/Leitor

O artista Gustavo Alves de Castro, 23, de Rio Grande (RS), ama tanto o seu Gol G3 Power que deu a ele o nome de Samuel. "Minha mãe sempre me disse que se um dia eu desse um neto para ela que colocasse nele o nome de Samuel."

"Aos 8 anos de idade um amigo dos meus pais comprou um Gol G3 Power e eu reparei muito no ronco do motor! Eu me apaixonei imediatamente pelo carro! Falei para todos que o meu primeiro carro seria um Gol G3 Power e fiz um desenho dele que tenho guardado até hoje. Aos 19 anos de idade meu primeiro carro foi um Gol G3 Power! Não consigo descrever o quanto amo esse carro!".

O professor estadual Adriano Fontoura, 52, tem há 26 anos o mesmo Gol, um CLi bolinha de 1995. "Levei minha esposa grávida e trouxe meus dois filhos a bordo do Gol, no dia do parto deles. Hoje um tem 24 anos e a filha, 19", disse o leitor, de Sapiranga (RS).

O Gol G6 acompanhou o leitor Pedro Henrique Abrantes Santos nos seis anos em que fez faculdade - Pedro Henrique Abrantes Santos/Leitor

O Gol G6, ano 2012, foi durante seis anos o parceiro da faculdade do hoje médico Pedro Henrique Abrantes Santos, 28, de Ribeirão Preto. "Me levou a diversos cantos do país, em viagens com amigos, com a família e com a namorada. Realizou meu sonho de ir ao Maracanã ver o Flamengo jogar. Lembranças que ficarão na minha memória."

O administrador José Cláudio da Silva, 63, do Rio de Janeiro, contou que percorreu mais de 100 mil km com seu Gol bolinha 2001 (ele teve outros três Gol, de outros modelos) e viajou muito com a mulher e o filho pequeno.

"Uma vez, voltando da Bahia, o ar condicionado parou de funcionar. Paramos em uma cidade do Espírito Santo para dormir. No outro dia levei o carro numa oficina perto do hotel. A correia do ar tinha arrebentado. O mecânico foi na loja e comprou a correia. Só me cobrou o preço da correia. Era um carro simples, mas sempre nos lembramos dele."

"Quando estava dentro do meu Gol, me sentia em casa", disse a arquiteta Stella Marina Rodrigues, 48, de Praia Grande (SP). Ela teve um Gol 1000 93/94 entre 1995 e 2009. "Nos últimos anos, quando ultrapassava um carro mais novo na estrada, logo em seguida o mesmo me ultrapassava de volta. Ninguém aceitava ser ultrapassado pelo carro velho."

O analista de marketing Eduardo Macedo, 49, de Presidente Prudente (SP), tem desde 2009 seu primeiro e único Gol. É um Highway com ano de fabricação de 2002, ainda com a chave reserva e tudo funcionando. "Só faltou ser flex", diz.

Sua principal lembrança são as muitas viagens. "Do distante oeste paulista para o litoral, principalmente. Litoral norte foi a primeira viagem longa com meu Gol. Visitei Boiçucanga, Maresias e Ilhabela."

A mãe do analista desenvolvedor de sistemas José Fernandes Faria, 50, de São Paulo, comprou o primeiro Gol da família em 1989. Era um modelo BX 1600 azul claro. "Me diverti muito com ele e cuidava como se fosse meu."

Depois disso, teve um LS 1600 e dois Special 1.0. Sobre este modelo, diz: "Um verdadeiro tanque de guerra; esses carros de hoje não aguentam o que ele aguenta".

O administrador Antônio Sérgio Munhoz, 54, de São Paulo, disse ter rodado 350 mil km no primeiro Gol que teve, de 1992, e 400 mil km no segundo, um Trend 2008.

"O Gol encheu minha vida de alegria nestes anos: visitei e cuidei da minha mãe com ele, levei minha filha para a escola, desenvolvi minha carreira, visitei parentes e amigos, sempre na sua companhia. Deixo meu depoimento de satisfação e alegria pelo valioso trabalho da VW."

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