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Descrição de chapéu Lava Jato

'Se fosse presidente, indicaria Moro ao STF', diz juíza que condenou Lula

Gabriela Hardt admitiu que usou sentença do tríplex como modelo no caso do sítio de Atibaia

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Curitiba

A juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, que condenou o ex-presidente Lula no processo do sítio de Atibaia (SP), afirmou que, “se fosse presidente”, indicaria o ex-colega Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em um congresso de direito em Curitiba nesta segunda-feira (13), onde Moro também palestrou, ela fez elogios ao trabalho do seu antecessor e disse que ele já demonstrou competência para ocupar uma cadeira no Supremo.

Já o relator da Lava Jato no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), João Pedro Gebran Neto, que condenou Lula na segunda instância no caso do tríplex de Guarujá (SP), também comentou a possível indicação de Moro ao STF.

Ele disse que o ministro “já demonstrou suas qualidades” para ocupar uma cadeira no STF.

"Acho que tudo isso é bastante prematuro, esse tipo de discussão, mas logicamente o ministro Sergio Moro já demonstrou suas qualidades ao longo do tempo e futuramente, se vier a ser nomeado ministro [do STF], vai engrandecer ainda mais a corte”, afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (12) ter assumido um compromisso com Moro para indicá-lo para uma vaga no STF. “Eu fiz um compromisso com ele, porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Eu falei: ‘A primeira vaga que tiver lá [no STF], está à sua disposição’”, disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Bandeirantes.

O primeiro ministro do Supremo que deve deixar a corte é o decano Celso de Mello, que cumpre 75 anos —a idade de aposentadoria obrigatória— em novembro de 2020. A segunda vaga no STF deve ficar disponível com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.

Falaram ainda no evento o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, o juiz federal do Rio de Janeiro Marcelo Bretas, a juíza responsável pela execução penal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Carolina Lebbos, e o ex-delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo, atual diretor de investigação e combate ao crime organizado. 

Apesar de algumas críticas a episódios do atual governo, o evento em Curitiba se tornou uma exaltação à Lava Jato e ao trabalho de Moro à frente do Ministério da Justiça.

“Foi um excelente juiz, é um excelente ministro e parece que goza da confiança do presidente”, afirmou Bretas.

“Ele é um profissional extremamente capacitado, onde ele estiver ele vai fazer um bom trabalho”, elogiou Anselmo.   

CASO LULA

A juíza Hardt ainda comentou a alegação da defesa do ex-presidente Lula de que ela teria copiado partes da sentença do caso do tríplex, elaborada por Moro, na condenação sobre o sítio.

A magistrada admitiu ter usado o caso como “modelo”, já que era a sentença anterior mais próxima à que teria que preparar, mas afirmou que este é um procedimento comum e que naturalmente deixou passar alguns erros.

“A gente sempre faz uma sentença em cima da outra e busca a anterior que mais se aproxima”, afirmou. Segundo ela, o próprio sistema da Justiça Federal também apresenta modelos aos juízes, sendo desnecessário “começar uma sentença do zero”.

“Mas, se perceberem, a fundamentação da sentença não tem nada da sentença anterior”, disse, admitindo que, na revisão, deixou passar erroneamente a palavra “apartamento” ao invés de “sítio”. “Tenho a maior tranquilidade em relação a isso”, afirmou Hardt.

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