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Eduardo Leite prega PSDB no centro e diversidade após vitória de Doria

Derrotado nas prévias, governador do RS criticou o que chamou de 'polarização inútil e prejudicial'

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Brasília

Derrotado nas prévias do PSDB neste sábado (27), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, desejou boa sorte ao governador de São Paulo, João Doria, em seu desafio na disputa pela Presidência da República e defendeu o partido como um projeto de centro contra a polarização e os extremos no cenário político.

Leite recebeu 44,66% dos votos, enquanto Doria obteve 53,99% nas prévias presidenciais do partido. O terceiro concorrente, Arthur Virgílio Neto, ex-prefeito de Manaus, obteve 1,35%.

Leite criticou o que chamou de "polarização inútil e prejudicial à vida da população". "João, te desejo toda sorte porque o Brasil precisa disso. Que a gente consiga viabilizar um projeto no centro."

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, discursa após ser derrotado nas prévias do partido - Pedro Ladeira/Folhapress

Para o governador do RS, o país vive um clima de ataques entre dois extremos ao mesmo tempo em que cresce abaixo do potencial e ainda convive com desigualdades. O partido tem a missão de ser firmar como a principal opção da chamada terceira via, enquanto vê esse posto ameaçado por candidatos como o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).

"Essa energia desperdiçada entre dois extremos que se enfrentam como dois inimigos a serem exterminados e que viram os verdadeiros inimigos da população, soltos para fazer o estrago que estão fazendo", afirmou Leite.

Leite citou como problemas a serem enfrentados a inflação, o desemprego e a miséria. "Por isso, não pode ser um projeto pessoal, tem que ser um projeto para o Brasil. Desejo sorte e força [a Doria] para que assim possamos oferecer dias melhores para o brasil e para os brasileiros", afirmou.

"Não dá para tolerar que 17 milhões de brasileiros [...] vivam em famílias abaixo da linha de pobreza. Isso é algo inadmissível, não podemos conviver com isso como se fosse natural. É nossa missão enfrentar a desigualdade", disse.

Leite dedicou um trecho de seu discurso às diversidades e citou sua orientação sexual. "Fico feliz em ser o primeiro governador que fala abertamente sobre ser gay, para ajudar a mostrar que a diversidade da nossa população é algo que nos fortalece e que as pessoas devem ocupar qualquer lugar com seus méritos e pela sua capacidade de contribuição", disse, recebendo aplausos.

"Homens, mulheres, pessoas de mais idade, mais jovens, negros, brancos, índios, LGBTs, heterossexuais. Essa diversidade nos faz mais fortes, mais criativos, mais ricos e com um futuro mais promissor. Não podemos mais conviver com um governo que tenta nos convencer que isso é errado e precisa ser combatido", afirmou.

Durante a fala, Leite agradeceu a sua família e fez uma homenagem ao namorado, o pediatra Thalis Bolzan, que acompanhava o discurso da plateia.

O resultado põe fim a uma novela que começou no domingo (21), quando a votação foi impedida por uma pane no aplicativo (investiga-se um ataque hacker) e o resultado, postergado. O saldo foi de vexame e tensão no partido —a possibilidade de judicialização do resultado, que já era grande, só fez crescer.

Neste sábado, cerca de 40 mil filiados puderam votar por meio de uma nova ferramenta online. No total, 44,7 mil se cadastraram para votar nas prévias —cerca de 3.000 votaram pelo app e o restante, tucanos com mandato, em urnas eletrônicas, no último domingo.

A semana agravou a divisão entre Doria e Leite, enquanto evidenciou o alinhamento de Virgílio ao governador de São Paulo.

O paulista levantou suspeitas de que as regras de votação foram feitas para beneficiar o gaúcho, além de lembrar a relação do rival com o deputado Aécio Neves (MG), falando na necessidade de depurar o partido.

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