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Lula recebe apoio de Janones e Avante e tem incerteza sobre Pros

Deputado desistiu de candidatura para aderir à coligação petista, que passa a contar com 9 partidos

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São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta quinta-feira (4) apoio do deputado federal André Janones (Avante-MG), que desistiu de sua candidatura à Presidência, e conseguiu ampliar seu arco de alianças devido à adesão de mais duas legendas.

Com a entrada de Avante e Agir (antigo PTC), a coligação de Lula passará a ter nove partidos —ela também já contava com PT, PSB, PSOL, Rede, PV, PC do B, Solidariedade.

As novas alianças são com legendas pequenas, mas, além da possibilidade de contribuir com os tempos de propaganda eleitoral em rádio e TV, são vistas como relevantes para os petistas em meio à tentativa de buscar uma eleição de Lula ainda no primeiro turno.

O ex-presidente Lula (PT) e o deputado André Janones (Avante) - Rivaldo Gomes/Folhapress

O apoio do Pros a Lula, por outro lado, que havia sido anunciado na quarta (3), virou incerteza após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) alterar decisão da própria corte e trocar de novo a direção da legenda.

Nesta quinta, em transmissão em rede social junto com Lula, Janones afirmou: "estamos juntos agora". A decisão foi anunciada após o parlamentar se reunir com o ex-presidente, em São Paulo.

Depois da reunião, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), anunciou a adesão do Avante e do Agir.

"Isso é muito importante para o movimento que estamos fazendo de defesa da nossa democracia e do nosso povo", afirmou.

Ainda segundo Gleisi, Janones irá atuar na coordenação política, além de contribuir com o plano de governo. A parlamentar disse também que ele se dispôs a ajudar com as redes sociais, onde tem bom desempenho.

Lula disse que, pela convergência das pautas defendidas entre sua campanha e Janones, entre elas a do auxílio de R$ 600 e atenção para a saúde mental, "fica fácil fazer aliança".

"A vinda do Janones e do Avante para a nossa campanha é como o ditado popular que diz 'juntamos a fome com a vontade de comer'", disse.

"Quero te dar os parabéns pela tua nobreza de colocar esse tema da fome como um tema principal. Pode ficar certo que juntos vamos acabar com a fome nesse país", seguiu Lula.

Janones anuncia a retirada de sua candidatura para apoiar Lula - Victoria Azevedo\Folhapress

Luis Tibé, presidente nacional do Avante, afirmou que a democracia brasileira está "correndo risco" e que o governo atual é "muito irresponsável".

Janones afirmou que sua candidatura seguirá agora representada por Lula e que não medirá esforços para ajudar na campanha. "Trabalharei diuturnamente para que a gente possa salvar a democracia no nosso país."

"A frente ampla que alguns setores, principalmente da elite brasileira, tanto alardeou. Para alegria de alguns e tristeza de outros, essa frente ampla se consolida no dia de hoje, unindo o operário migrante nordestino com o filho da doméstica cobrador de ônibus", continuou o deputado.

Em relação ao Pros, o STJ alterou no final da noite de quarta uma decisão que a própria corte havia tomado três dias antes, trocando de novo a direção do partido e tornando incerto o apoio a Lula.

Em mais um capítulo da conturbada disputa de poder interno na sigla fundada em 2013, o ministro Antonio Carlos Ferreira argumentou que a corte não tem competência, neste momento, para analisar o caso, já que ainda resta uma fase processual (análise de embargos) na corte de segunda instância, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Com isso, volta ao comando da legenda Marcus Holanda, que bancou a candidatura presidencial do coach motivacional Pablo Marçal, e deixa o posto o seu fundador, Eurípedes Jr., que havia anunciado o apoio a Lula nesta quarta-feira. ​Ainda cabem recursos, o que pode levar a novas reviravoltas.

Os partidos têm até esta sexta-feira (5) para realizar convenções e definir seus candidatos. No caso do Pros, porém, a convenção que escolheu Marçal deu poderes à executiva da legenda para tomar a decisão final.

A divisão oficial do tempo de televisão na campanha será informada nas próximas semanas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Pela lei, esse tempo é distribuído de acordo com a força partidária de cada candidato, que leva em conta a coligação formada ao seu redor.

Com a chegada do Avante na coligação de Lula, a sigla deverá acrescentar tempo de TV ao petista se o Pros não homologar a decisão de se juntar à chapa. Isso porque só contam para o cálculo da televisão as seis maiores legendas.

Caso o Pros não se alie ao ex-presidente, o Avante seria a sexta maior legenda da coligação e acrescentaria pouco cerca de 20 segundos por dia na propaganda de rádio e TV.

​​Janones afirmou na live que Lula decidiu encampar a ideia do auxílio emergencial de R$ 600, uma das bandeiras do mandato do deputado.

"O Lula está encampando também essa luta, junto conosco, com a nossa candidatura, que neste momento a gente retira. Ela está unificada e passa a ser representada pela candidatura do presidente Lula", afirmou Janones.

O deputado criticou o governo Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que sua proposta e de Lula em relação ao auxílio emergencial é antiga e não é elaborada pensando somente no período eleitoral.

"Eu jamais me aliaria àqueles que utilizam a fome dos mais pobres, dos mais necessitados, como moeda eleitoral, como foi feito pelo atual governo."

Janones disse ainda que Lula irá absorver também outras de suas propostas, como uma relacionada a mães solos e a criação de uma secretaria de saúde mental.

Participaram do encontro o presidente nacional do Avante, Luis Tibé, o presidente do Agir, Daniel Tourinho, o ex-governador Geraldo Alckmin, vice de Lula, e representantes da campanha petista, entre eles o ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador do plano de governo, Edinho Silva e Rui Falcão, coordenadores de comunicação da campanha.

De olho no potencial de mobilização nas redes sociais de Janones, a campanha do petista já havia sinalizado que acataria propostas do deputado no plano de governo.

O presidenciável já havia indicado que poderia retirar a candidatura caso suas propostas fossem incluídas na pauta de outros candidatos ao Palácio do Planalto.

O grupo que debate o plano de governo de Lula também se reunirá com a equipe de Janones para alinhar as propostas.

Segundo relatos, na reunião, Janones lembrou de seu histórico e disse que se imaginava pobre, mas que depois de levar a pré-campanha às ruas, percebeu que "tinha carências, mas não era pobre". Ele afirmou ainda que esse foi um dos motivos para se aliar a Lula já no primeiro turno.

Simone Tebet

O Podemos decidiu apoiar a candidatura à Presidência de Simone Tebet (MDB). O anúncio oficial deve ser feito nesta sexta-feira (5), em um evento na cidade de São Paulo.

A aliança foi possível principalmente ao acerto de chapas e apoios em São Paulo e no Paraná. O Podemos deve ficar com a vaga de suplente de Edson Aparecido (MDB), que será candidato ao Senado.

O acerto em São Paulo acabou tendo impacto em outros estados. No Paraná, a federação PSDB-Cidadania —que integra com o MDB o bloco político que lançou Simone Tebet— decidiu apoiar a reeleição do senador Álvaro Dias (Podemos-PR), que chegou a ser cogitado para disputar a Presidência da República.

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