Siga a folha

Descrição de chapéu Eleições 2022 Folhajus

Associação critica tentativas de politização e judicialização de pesquisas nas eleições

Abep reforça que levantamentos de intenção de voto são diagnósticos, não projeções dos resultados das urnas

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) divulgou comunicado nesta quarta-feira (5) no qual informa que vê com indignação o que chama de "tentativas de judicialização e politização" nas eleições brasileiras contra as empresas de pesquisa de intenção de voto.

A nota veio a público um dia depois de o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, dizer que encaminhou à PF (Polícia Federal) um pedido para abrir inquérito sobre os institutos de pesquisas.

Torres alegou que o pedido atende a uma representação recebida pelo ministério apontando "condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados por alguns institutos".

Modelo de urna eletrônica usada nas eleições brasileiras - Rubens Cavallari - 22.ago.22/Folhapress

Representante da maioria das organizações do setor, a Abep enfatizou que o trabalho de seus associados é realizado com valores e princípios éticos que pautam a conduta empresarial e profissional.

"A iniciativa de instaurar esse tipo de investigação durante o período de campanha do segundo turno, ocasião em que as empresas estão realizando o seu trabalho, demonstra mais uma clara tentativa de impedir a atividade de pesquisa científica", informa trecho da nota.

O texto cita a Lei da Liberdade Econômica, aprovada pela Câmara dos Deputados em agosto de 2019 e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em setembro do mesmo ano. Ela "prevê expressamente a presunção de boa-fé do particular perante o poder público e, portanto, não se pode interpretar os fatos como descumprimento da lei".

A Abep esclarece ainda que as pesquisas de intenção de voto são diagnósticos, não projeções dos resultados apurados nas urnas.

Segundo a associação, a tradução das intenções de voto em comportamento está sujeita a diversos fatores até o momento da votação, entre os quais mudanças na vontade do eleitor ou o não comparecimento às urnas.

"Como tal, as pesquisas têm o papel de apresentar à sociedade um retrato do momento", diz a Abep. "A pesquisa é feita para coletar a distribuição das preferências do conjunto total dos eleitores e não para calcular os votos válidos; desta forma, discrepâncias entre os resultados das pesquisas e o que é apurado nas urnas são possíveis."

A nota é assinada pelo presidente da Abep, Duilio Novaes, e pelo coordenador do Conselho de Opinião Pública da associação, João Francisco Meira.

Desde domingo (2), ministros do governo Bolsonaro, aliados no Congresso e apoiadores passaram a criticar os institutos de pesquisa pelas diferenças de levantamentos em dias anteriores com o resultado da eleição divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, pediu nesta terça aos apoiadores do presidente que façam um boicote aos institutos de pesquisa e não respondam às perguntas.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas