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João Amoêdo anuncia desfiliação do partido Novo

Político havia sido suspenso pela legenda após declarar voto em Lula no segundo turno das eleições

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São Paulo

João Amoêdo, um dos fundadores do Novo, anunciou nesta sexta-feira (25) que se desfiliou do partido.

"Hoje, com muito pesar, me desfilio do partido que fundei, financiei e para o qual trabalhei desde 2010. Deixo um agradecimento especial a todos que fizeram parte desse time que com dedicação, humildade e determinação transformaram em realidade o que parecia ser impossível", escreveu em rede social.

João Amoêdo, um dos fundadores do partido Novo - Gabriel Cabral - 24.mai.19/Folhapress

Na postagem, o político afirmou considerar que a legenda não existe mais. Amoêdo, que é crítico da aproximação de integrantes do Novo com o presidente Jair Bolsonaro (PL), disse ainda que foram 33 meses sob a atual gestão em que o partido "foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original".

"O Novo atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia", escreveu.

Diante deste cenário, Amoêdo afirmou que a sigla não o representa e seria incoerente permanecer filiado. "A minha saída do Novo em nada muda a vontade de ajudar o Brasil", disse.

Em nota, o Novo diz respeitar a trajetória de Amoêdo e sua participação na história da sigla, mas que "lamenta profundamente tais declarações graves e infundadas".

"Infelizmente, por atitudes e palavras como essas, ele se afastou cada vez mais dos princípios, das ideias e das pessoas do partido", continua o texto, que afirma ainda que o Novo é "democrático e sem dono".

Amoêdo foi suspenso em 27 de outubro pela legenda após declarar voto em Lula no segundo turno das eleições.

Ele, que havia declarado voto em Bolsonaro no segundo turno de 2018, chegou a dizer que anularia neste ano. Mas decidiu votar em Lula, apesar de criticar o petista, por ver riscos à democracia diante de eventual reeleição do atual presidente.

Em outubro, Amoêdo reagiu na Justiça e apresentou notícia-crime à Procuradoria-Geral Eleitoral contra um grupo de membros do Novo.

Em 2018, o empresário disputou a Presidência pela primeira vez e obteve 2,5% dos votos válidos no primeiro turno, terminando em quinto lugar.

Em 2020, Amoêdo deixou a presidência do Novo, cargo que exercia desde que a legenda obteve o registro partidário, em 2015.

Quatro anos depois de despontar como uma das surpresas nas eleições, o Novo amargou na disputa deste ano uma queda expressiva em suas bancadas na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas.

De quebra, a legenda não atingiu a cláusula de barreira, dispositivo que estabelece percentual mínimo de votos e de deputados eleitos para manter o acesso à propaganda partidária e ao fundo eleitoral.

A bancada do Novo na Câmara eleita para assumir em 2023 encolheu dos atuais 8 deputados federais para 3. Além disso, só 5 integrantes do partido venceram disputas legislativas estaduais —menos de metade dos 12 eleitos há quatro anos.

A vitória de maior expressão do Novo em 2022 foi a reeleição de Romeu Zema, em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. Próximo de Bolsonaro, Zema liquidou a fatura ainda no primeiro turno.

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