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Descrição de chapéu TSE Itamaraty

Saiba quem é Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro preso pela PF

Ele fazia parte do núcleo que tinha o filósofo Olavo de Carvalho como guru

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São Paulo

Filipe Martins, ex-assessor-especial para assuntos internacionais da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro (PL), foi preso nesta quinta-feira (8) pela Polícia Federal.

A PF cumpre quatro mandados de prisão preventiva, além de 30 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão ex-ministros de Bolsonaro e militares supostamente envolvidos em tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder.

No governo, Martins fazia parte do núcleo que tinha o filósofo Olavo de Carvalho como guru.

Em sua delação premiada, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, citou uma minuta que teria sido entregue pelo ex-assessor Filipe Martins para convocar novas eleições e prender adversários. Segundo Cid, Martins teria levado minuta com a proposta de golpe para o então presidente analisar.

Em nota, a defesa de Martins alega que não teve acesso à decisão que fundamentou a prisão e que "solicitou o acesso integral dos autos para estudo e posterior manifestação".

Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência no governo Bolsonaro - Divulgação

No início do ano passado, quando Bolsonaro já estava fora do governo, Martins foi convidado pelo PL para trabalhar no partido, como mostrou a coluna Painel da Folha.

Ele desempenharia na legenda função similar à que tinha no Palácio do Planalto, sendo o responsável pela área de contatos externos da sigla. O salário seria de cerca de R$ 15 mil.

Martins ensaiou aceitar, mas acabou recuando. Disse que tinha outros projetos. Segundo o Painel apurou, pesou avaliação de que não seria prudente seguir nos holofotes em um momento em que já se desenhava um cerco judicial ao bolsonarismo. Desde então, ele submergiu.

Nomeado para o cargo de assessor especial logo no início da gestão Bolsonaro, ele chegou a integrar a transição de governo no grupo de Ernesto Araújo, que ocupou o cargo de chanceler em parte do governo Bolsonaro.

A função de Martins envolvia atuar como ponte entre o chanceler e o Palácio do Planalto.

Durante o governo, Martins protagonizou episódios por declarações e gestos. Ele chegou, por exemplo, a ser indiciado pela Polícia do Senado, que concluiu que um gesto feito às costas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, durante sessão tinha conotação racista. O relatório foi encaminhado para o Ministério Público Federal, a quem cabe decidir se denuncia Martins ou se opina pelo arquivamento.

No Twitter, Martins afirmou que estava ajeitando a lapela do terno e negou que tenha feito um gesto racista.

Aluno e admirador de Olavo de Carvalho, formado em relações internacionais pela UnB (Universidade se Brasília), ele foi diretor de assuntos internacionais do PSL, sigla pela qual o ex-presidente se elegeu.

À época, Martins era conhecido também como entusiasta de Steve Bannon, ex-estrategista do presidente americano Donald Trump. Natural de Sorocaba (SP), ganhou o apelido de Sorocabannon.

Crescido em um bairro pobre da paulista Sorocaba, Martins estudou em escola pública e, antes de prestar vestibular, decidiu estudar por conta própria. Aos 17, conheceu Olavo de Carvalho.

Com o escritor radicado nos Estados Unidos tinha afinidades de forma e conteúdo. É crítico do chamado globalismo, do ateísmo, do aborto e da descriminalização de drogas, por exemplo.

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