Siga a folha

Descrição de chapéu Eleições 2024

Debate em Salvador tem críticas a prefeito e cobrança por coerência a vice-governador

Bruno Reis (União Brasil), Geraldo Júnior (MDB) e Kleber Rosa (PSOL) participaram do primeiro debate entre os candidatos na capital baiana

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Salvador

O debate entre os candidatos à Prefeitura de Salvador, na TV Bandeirantes, foi marcado por críticas ao prefeito Bruno Reis (União Brasil), comparações entre modelos de gestão e cobranças por coerência do vice-governador e candidato Geraldo Júnior (MDB), que foi aliado do atual prefeito até 2022.

O prefeito Bruno Reis, que concorre à reeleição, foi cobrado sobre temas como os gargalos no sistema de transporte público, o desemprego em Salvador, políticas para moradia e de meio ambiente. Respondeu com a defesa da sua gestão e do antecessor ACM Neto e críticas aos 18 anos de governo do PT na Bahia.

Da esquerda para direita, Kleber Rosa (PSOL), Geraldo Júnior (MDB) e Bruno Reis (União Brasil), candidatos à Prefeitura de Salvador - Jefferson Peixoto / Divulgação

Ao longo do debate, o prefeito adotou a estratégia de comparar a gestão de seu grupo, que comanda a prefeitura há 12 anos, com o governo anterior, que foi classificado como "o governo deles".

Entre 2005 e 2012, a cidade foi liderada pelo prefeito João Henrique Carneiro, eleito em 2004 com o apoio do PT no segundo turno, reeleito em 2008 com o apoio de ACM Neto no segundo turno e atualmente filiado ao PL, cujo partido faz parte da coligação de Bruno Reis.

Geraldo Júnior (MDB), que disputa a eleição com o apoio do PT, reiterou ser o candidato do presidente Lula e citou a parceria com o governador Jerônimo Rodrigues. Ao longo do debate, adotou uma estratégia de priorizar propostas para a cidade, com foco na população da periferia.

Acusou o prefeito de cuidar apenas da parte rica da cidade e de se preocupar apenas com festas, esquecendo da periferia.

"A atual gestão cuida de parte da cidade e esquece uma periferia onde moram a maioria das pessoas. Eles estão de frente para a baía de Todos os Santos, da orla Atlântica, e de costas para a cidade", afirmou.

No embate direto entre os candidatos, foi confrontado por Kleber Rosa (PSOL), que mira o eleitorado órfão de uma candidatura própria do PT.

Kleber lembrou que o hoje vice-governador foi aliado de Reis, votou em Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2018, destacou o papel do MDB no impeachment do Dilma Rousseff (PT) e cobrou uma autocrítica do adversário.

"Você participou de 10 dos 12 anos de governo deles [Bruno Reis e ACM Neto]. Você não foi só um membro de um grupo, você foi um operador da política. [...] Faça uma autocrítica, diga onde você errou, não só por estar com ele, mas na construção da cidade excludente que eles construíram", disse.

Geraldo respondeu que apoiou Bolsonaro por orientação de Bruno Reis e ACM Neto e tentou se colocar do mesmo lado de Kleber Rosa, destacando que mudou de grupo político para ajudar na "união e reconstrução" do país.

Também foi provocado por Bruno Reis sobre sua mudança de grupo político: "Me impressiono com a capacidade que o candidato tem para mudar de lado. [...] Aí quando perguntado ele diz: ‘Até as pedras mudam de lugar’. Mas isso aí não é uma pedra, é uma avalanche que aconteceu com suas mudanças políticas."

Geraldo chamou o prefeito de deselegante e o acusou de ser chefiado pelo ex-prefeito ACM Neto, que comandou a cidade entre 2013 e 2020. Na sequência, buscou replicar em Salvador a polarização nacional, dizendo ser o candidato de Lula e associando Bruno Reis a Bolsonaro.

Kleber Rosa (PSOL), por sua vez, aproveitou o debate para se apresentar ao eleitor, relembrando sua infância humilde e trajetória de participação nos movimentos sociais de esquerda.

Buscou travar embates com o prefeito ao tratar de temas da cidade, o associando à defesa dos interesses do empresariado, e mirou Geraldo Júnior no campo político, apontando o que chamou de incoerências do adversário.

Este foi o primeiro debate televisivo na campanha pela prefeitura de Salvador e reuniu os três candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional. Também concorrem ao cargo os candidatos Eslane Paixão (UP), Victor Marinho (PSTU) e Giovani Damico (PCB).

A disputa na capital baiana deve replicar o cenário de polarização entre dois principais grupos políticos da Bahia, liderados pelo PT e pela União Brasil. Bruno Reis representa o grupo da situação e Geraldo Júnior disputa a eleição com apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O sindicalista Kleber Rosa (PSOL) corre por fora e tenta atrair o eleitorado de esquerda.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas