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Quem é Ricardo Nunes, candidato a prefeito de São Paulo

Vereador por 2 mandatos, ele reproduziu discurso conservador na Câmara, mas se alinhou a Bruno Covas ao se eleger vice em 2020

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São Paulo

Ricardo Nunes (MDB), 56, é prefeito de São Paulo e disputa a reeleição —esta é sua estreia em campanhas como cabeça de chapa. Em 2020, Nunes venceu a eleição municipal, mas na condição de vice de Bruno Covas (PSDB).

Quando o tucano morreu de câncer, em maio de 2021, Nunes herdou a cadeira de prefeito e manteve a maior parte das diretrizes e da equipe da prefeitura.

Na campanha, ele tem ressaltado sua lealdade a Covas e tem como principal adversário o mesmo Guilherme Boulos (PSOL) que perdeu para o tucano no segundo turno há quatro anos.

Outros aliados importantes do prefeito na corrida eleitoral são o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), posa para foto após sabatina Folha/UOL, em julho

Nunes se filiou ao MDB aos 18 anos e nunca trocou de partido.

Antes de ocupar a vice-prefeitura, ele foi vereador por dois mandatos, tendo sido eleito em 2012 com aproximadamente 30 mil votos e reeleito em 2016 com cerca de 55 mil.

Na Câmara Municipal, foi relator do Orçamento e comandou CPIs, como a da sonegação fiscal, que aplicou multas milionárias a bancos.

Católico, Nunes integrava a bancada religiosa do Legislativo paulistano. Ele atuou contra a chamada "ideologia de gênero", como conservadores costumam a se referir à diversidade sexual ou educação sexual.

Em 2015, o então vereador subiu num carro de som, ao lado de padres, para pressionar pela retirada de menções à diversidade sexual do Plano Municipal de Educação, o que ele conseguiu.

Posteriormente, ele relacionou a mudança no plano a uma vitória do bem contra o mal e até mandou ofício a uma escola tentando impedir um evento sobre o assunto. Também foi coautor de um projeto de lei que pretendia implantar o programa Escola Sem Partido.

Em 2018, Nunes se candidatou a deputado federal, mas não foi eleito.

Em 2020, quando Covas estava em busca de um vice e diversos nomes foram cogitados, o então governador João Doria, na época no PSDB, articulou a aliança com o MDB, que sugeriu o nome de Nunes. O então vereador teve a chancela de Milton Leite, líder da União Brasil, de quem é um aliado próximo até hoje.

Aliados do emedebista ressaltam que Nunes foi uma escolha pessoal de Covas.

A equipe do tucano procurava um nome conservador para a chapa para balancear uma série de acenos do prefeito ao público progressista. Covas era um crítico de Bolsonaro, a quem Nunes chamou de democrata no ano passado, em entrevista à Folha.

Na época, Nunes criticou a postura de Bolsonaro diante da pandemia de Covid. Agora busca se equilibrar entre os programas de governo, que incluem incentivo à vacinação e ações pró-diversidade, e gestos aos eleitores fiéis do ex-presidente.

Durante aquela campanha, a Folha revelou um boletim de ocorrência feito pela esposa de Nunes, Regina Carnovale, em 2011, por violência doméstica. O caso se transformou numa das principais vidraças do político.

Neste ano, Nunes chegou a dizer que o boletim não existia, mas o documento foi confirmado pela Polícia Civil. Depois, afirmou que a história foi forjada. "Eu nunca levantei um dedo para a minha mulher. [...] É que em época de eleição aparece esses assuntos. […] Amo ela demais", disse durante um debate.

No período de pouco mais de um ano como vice-prefeito, Nunes teve postura discreta, não se opôs ao prefeito e não tentou impor uma linha ideológica à gestão.

Em agosto de 2023, 21% dos moradores de São Paulo afirmavam não conhecer o prefeito de São Paulo, segundo o Datafolha.

Depois de demonstrar viabilidade nas pesquisas eleitorais, que costuma liderar empatado tecnicamente com Boulos, o prefeito obteve o apoio de 11 partidos, além do MDB, para concorrer à reeleição.

O PSDB de Covas, no entanto, decidiu lançar José Luiz Datena, embora boa parte da militância tucana faça campanha para Nunes.

Na tentativa de frear o fluxo de votos bolsonaristas para Pablo Marçal (PRTB), Nunes escolheu como vice, em junho, o nome indicado pelo ex-presidente Bolsonaro, o coronel da PM Ricardo Mello Araújo.

A comunicação da campanha de Nunes é chefiada pelo marqueteiro responsável pela campanha de Bolsonaro em 2022, Duda Lima.

Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 8 de agosto, 26% dos entrevistados disseram considerar a gestão de Nunes ótima ou boa. Outros 22% desaprovam seu governo, ou seja, o veem como ruim ou péssimo. Para 47%, é uma administração regular.

Filho de um imigrante português, Nunes foi criado no Parque Santo Antônio, na periferia da zona sul da capital. Chegou a cursar direito, mas não concluiu o curso. É torcedor do Palmeiras.

O prefeito declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 4,84 milhões.

Ele fundou a empresa de dedetização Nikkey, que é gerida pela sua família até hoje, e projetou-se na região a partir da atuação como empresário.

Foi diretor da Aesul (Associação Empresarial da Região Sul) e fundou a Adesp (Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo) e a Abrafit (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário).

Casado com Regina há 27 anos, Nunes mora atualmente em Interlagos (zona sul) e tem três filhos e um neto.

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