China vai pressionar big techs do país a compartilharem dados de crédito
Se implementado, plano pode acabar com abordagem mais liberal do governo no setor
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A China vai pressionar gigantes da tecnologia, incluindo Ant Group, Tencent e JD.com, para compartilhar dados de crédito ao consumidor para evitar excesso de empréstimos e fraudes, disseram duas pessoas a par do assunto.
O plano, se implementado, efetivamente acabaria com a abordagem mais liberal do governo chinês no setor e é outro sinal das tentativas de controlar as gigantes da tecnologia do país. Grandes plataformas de internet tendem a resistir à entrega de dados, um ativo crucial que os ajuda a executar operações, gerenciar riscos e atrair novos clientes.
Os reguladores chineses, incluindo o Banco Popular da China, planejam instruir as plataformas de internet a fornecer seus vastos dados de empréstimos a algumas das agências de crédito em todo o país, disseram duas fontes.
As agências, que incluem o Centro de Referência de Crédito do PBOC, principal sistema de pontuação de crédito centralizado da China e o Baihang Credit, primeira agência de crédito pessoal licenciada do país, vai compartilhar os dados mais amplamente com bancos e outros credores para uma avaliação adequada riscos e evitar empréstimos excessivos, disseram as pessoas.
Ant e Tencent não quiseram comentar.
A JD.com e o PBOC não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
"A China parece estar fazendo uma escolha impopular, embora correta, de sacrificar o paradigma financeiro da mentalidade de ciclo fechado em favor de uma estrutura de identidade digital mais ampla com acesso potencialmente melhor e maior eficiência no longo prazo", disse Alex Sirakov, fundador da AquariusX, uma consultoria de Xangai.
O plano se soma às propostas recentes para aumentar o escrutínio sobre as gigantes de tecnologia e controlar o crescimento das empresas, principalmente no setor financeiro. A mudança ajudou a provocar o colapso dramático da oferta pública inicial de US$ 37 bilhões (R$ 203 bilhões) da fintech Ant, em novembro.
A mais recente proposta regulatória para empresas de internet ocorre no momento em que Pequim mostra preocupação com o frouxo controle de risco dos bancos, principalmente os menores, nos empréstimos ao consumidor e sua dependência excessiva de plataformas como a Ant para encontrar clientes.
"Os bancos menores geralmente ficam em uma posição mais fraca quando fazem parceria com gigantes como a Ant. Eles contam muito com os dados da Ant para subscrever empréstimos e gerenciar riscos", disse uma autoridade do órgão regulador.
"Quando a inadimplência acontece, eles têm que arcar com a maior parte das perdas", disse a autoridade, que preferiu não ser identificada por causa da sensibilidade do assunto. "É crucial que os credores tenham melhor acesso a dados de crédito mais abrangentes e detalhados sobre tomadores de empréstimos".
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters