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Descrição de chapéu The Economist

Os robotáxis da China estão avançando à frente dos da Tesla

A Baidu está deixando as montadoras ocidentais para trás

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Wuhan (China) | The Economist

Se os carros autônomos servem para facilitar a vida, então o Apollo Go, a unidade de robotáxis da Baidu, uma gigante tecnológica chinesa, ainda tem trabalho a fazer. Quando o correspondente de The Economist testou o serviço na cidade de Wuhan, ele teve que encontrar o caminho até o local de retirada e terminar a jornada em um local de desembarque aprovado —mais parecido com pegar um ônibus do que um táxi.

No entanto, o Apollo Go, que foi lançado em Wuhan em 2022 e desde então se expandiu para outras dez cidades chinesas, foi um sucesso. Seu serviço realizou 6 milhões de viagens em todo o país desde o lançamento. Ele agora possui mais de 400 carros autônomos nas estradas de Wuhan e planeja ter 1.000 em funcionamento até o final deste ano.

Veículo autônomo da Baidu de aplicativo de transporte de pessoas, no distrito de Yizhuang, em Pequim na China - Folhapress

As montadoras chinesas, incluindo Hongqi e Arcfox, fabricam os veículos para a Baidu, que fornece a tecnologia. A maioria de seus carros em Wuhan tem autonomia de "nível quatro", o que significa que não requerem intervenção humana na maioria das situações na estrada, mas podem se confundir em áreas como estacionamentos —o que pode explicar por que pede aos clientes que atravessem o calor sufocante da cidade.

A razão pela qual o Apollo Go, no entanto, ganhou tanta preferência dos passageiros é que é surpreendentemente barato. O passeio de 11 minutos correspondente de The Economist custou apenas 9,84 yuan (cerca de R$ 8). Essas tarifas são possíveis graças à generosidade da Baidu, que está cobrindo cerca de 60% do custo de uma viagem. Isso não é sustentável. Mas, graças à queda nos custos, a empresa calcula que seus robotáxis em Wuhan atingirão o ponto de equilíbrio até o final do ano e terão lucro em 2025.

Os motoristas representam cerca de metade do custo total de um serviço de transporte convencional. Mas uma variedade de outras despesas associadas a veículos autônomos —desde manutenção e limpeza até sensores e, mais importante, o software em que eles funcionam— até agora impediram que sejam um substituto mais barato.

A Baidu vê isso mudando. Em maio, ela apresentou seu veículo de sexta geração, que custa menos da metade do modelo anterior, e planeja atualizar a frota em Wuhan. À medida que o negócio se expandiu, a cadeia de suprimentos amadureceu e a Baidu conseguiu diluir o custo de desenvolver e atualizar sua tecnologia em mais veículos.

Um grupo que não está entusiasmado com o sucesso da Baidu são os taxistas de Wuhan. Quando perguntado se os empregos dos taxistas serão afetados, um insiste que "já está acontecendo". Outro motorista diz que admira os avanços tecnológicos da Baidu, mas se preocupa que seu emprego seja "roubado". No mês passado, uma empresa de táxi na cidade publicou uma carta aberta alertando sobre a ameaça que os carros autônomos representam para o emprego.

Aproximadamente 10 milhões de pessoas são empregadas como taxistas na China. Desses, cerca de 7 milhões trabalham para empresas de transporte por aplicativo, em muitos casos após perderem seus empregos em outra indústria. Não está claro o quão simpático o governo chinês será com a situação deles. Os líderes do país estão ansiosos para obter vantagem em indústrias emergentes. Os funcionários locais já estão competindo por negócios. Em junho, a cidade de Pequim elaborou um novo conjunto de diretrizes para a condução autônoma que o banco HSBC diz que tornará a regulamentação da indústria mais "transparente e previsível".

Em outros lugares, os esforços para desenvolver robotáxis estagnaram. No ano passado, a General Motors, uma montadora americana, suspendeu as operações na Cruise, sua empresa de robotáxis, depois que um de seus carros feriu um pedestre em São Francisco, levando a Califórnia a revogar sua licença para operar no estado. Em 23 de julho, ela disse que relançaria o serviço em Dallas, Houston e Phoenix, mas com um supervisor humano no veículo.

No mesmo dia, a Tesla, gigante americana de veículos elétricos, disse que adiaria a revelação de seu robotáxi de agosto para outubro. Em maio, o governo chinês ofereceu à empresa a oportunidade de testar seu serviço no país. Se o fizer, espere mais lamentações dos taxistas chineses.

"Texto de The Economist, traduzido por Eduardo Cucolo, publicado sob licença. O artigo original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com"

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