Pegar uma bicicleta na rua, pedalar até a cidade ao lado usando ciclovias que parecem estradas e devolver a bike ao chegar no destino é algo possível em Washington e seus arredores. A capital americana tem um dos maiores sistemas de empréstimo do país, com mais de 600 pontos em sete municípios.
Além das bikes, há uma rede de ciclovias que conecta a capital americana aos seus subúrbios. São traçados completos, que permitem rodar distâncias de mais de 20 quilômetros por vias exclusivas, às vezes do lado de rodovias, e ir do centro de uma cidade até o centro da outra
A sensação é similar à de pegar a estrada de carro: sem semáforos e com raros cruzamentos, dá para pedalar mais rápido e percorrer distâncias longas em pouco tempo. Há também várias entradas e saídas para outras ciclovias, com placas indicativas nas bifurcações.
Algumas das rotas passam em meio a árvores e perto de rios, o que torna o caminho ainda mais agradável (e com sombra). No caminho, há também passarelas e pontes exclusivas para ciclistas.
Há estações de empréstimo perto das ciclovias também, o que facilita começar e encerrar as viagens. O serviço, chamado Capital Bike oferece viagens ilimitadas de até 45 minutos cada, por uma taxa de US$ 95 anuais (R$ 538). Beneficiários de programas sociais pagam US$ 5 (R$ 28) por ano. A ampla maioria das bicicletas é convencional, mas a frota, de mais de 5.000 veículos, também traz alguns modelos elétricos, com taxa extra.
Ter uma estrutura assim em metrópoles brasileiras como São Paulo facilitaria muito a circulação por bicicleta e daria opção para resolver a falta de transporte entre cidades vizinhas. Às vezes, um trajeto de cinco quilômetros pode passar por três cidades diferentes. Ônibus intermunicipais, muitas vezes a única opção de transporte público, são mais caros e muitas vezes demoram a passar.
Na capital paulista, a criação de uma rede de ciclovias teve um bom começo na década passada e vai crescendo aos poucos, embora ainda falte integração com as cidades vizinhas. E o sistema de empréstimo de bicicletas, o Bike Sampa tem mais de 200 estações, mas ainda passa longe das periferias da cidade e chegou na zona norte só neste ano.
A ciclovia do Rio Pinheiros, reformada no ano passado, é um sinal de como uma rede assim seria útil Ela conecta a região de Interlagos até a Cidade Universitária e tem pontos de parada com água e banheiros pelo caminho, mas ainda possui poucas entradas e saídas. E não há estações de empréstimo de bicicletas do lado da pista, como na rede de Washington.
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