Além de se debruçar sobre o passado, o Museu da Imigração do Estado de São Paulo quer manter conexões com o tema na atualidade, com projetos voltados para os imigrantes e refugiados que vivem hoje na cidade.
Uma dessas iniciativas é o Programa de Residência Artística, que convida artistas migrantes para realizarem uma imersão nas atividades e rotinas do museu e desenvolverem um projeto de artes visuais.
O resultado da segunda edição do programa é a mostra "Rostos invisíveis da imigração no Brasil", do angolano Paulo Chavonga, que foi selecionado via edital para conhecer o trabalho das equipes do museu e criou três grandes telas para serem expostas no espaço.
A temática deste ano foi "As migrações e os tijolos do racismo estrutural no Brasil", e foram priorizadas candidaturas de pessoas negras e indígenas.
A exposição, que fica em cartaz até o dia 30 de dezembro, traz retratos e depoimentos de africanos que são vendedores ambulantes em São Paulo.
Chavonga diz que quis trazer novos rostos e histórias para dentro do museu, para despertar um novo olhar sobre os africanos no Brasil. "Por meio dos retratos gigantes, com depoimentos, protagonizados por imigrantes africanos vendedores das ruas de São Paulo, fricciono a dureza desse serviço com os sonhos que eles tinham e têm no Brasil. Ao mesmo tempo, demonstro como o racismo estrutural é um fator determinante no território do trabalho árduo", afirmou.
"Rostos invisíveis da imigração no Brasil"; Museu da Imigração: r. Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca, São Paulo; tel.: (11) 2692-1866; R$10 e meia-entrada para estudantes e pessoas acima de 60 anos; grátis aos sábados. www.museudaimigracao.org.br
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