A Cinemateca Brasileira entrou no clima no Oscar e exibe gratuitamente desta quinta-feira (2) até o dia 12, quando ocorre a cerimônia de 2023, filmes brasileiros que concorreram à estatueta dourada.
Ao longo dos anos, a cinematografia nacional recebeu diversas indicações _filme estrangeiro, documentário, roteiro adaptado, montagem, direção, entre outras categorias.
Algumas coproduções com participação brasileira ganharam o prêmio, caso de 'Orfeu Negro' e 'O Beijo da Mulher Aranha', por exemplo. No entanto, a cinematografia nacional nunca recebeu um Oscar.
Confira abaixo os filmes e as datas de exibição. A Cinemateca fica no largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana (zona sul de SP), site cinemateca.org.br. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados uma hora antes de cada sessão.
O PAGADOR DE PROMESSAS (1962), de Anselmo Duarte
O clássico baseado na obra de Dias Gomes ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1962. No ano seguinte, foi o primeiro longa brasileiro a concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro, prêmio criado em 1957. Perdeu a estatueta dourada para ‘Sempre aos Domingos’, de Serge Bourguignon, representante da França.
Nesta quinta-feira (2), às 20h
12 de março, às 13h
UMA HISTÓRIA DE FUTEBOL (1998) e RAONI (1978)
Os filmes serão exibidos em uma sessão conjunta. ‘Uma História de Futebol’ volta à infância de Pelé, em um jogo de futebol em Bauru, em 1950. O filme, de Paulo Machile e Tony Gil, concorreu ao Oscar em 2001 como melhor curta.
‘Raoni’, rodado no Parque Nacional do Xingu em 1975, mistura documentário e ficção experimental, com narração de Marlon Brando. Mostra as ameaças de grileiros e madeireiros ao parque e a liderança do cacique Raoni. A obra, dirigida por Luiz Carlos Saldanha e Jean Pierre Dutilleux, foi indicada a melhor documentário em 1979.
Sexta-feira (3), às 20h
ORFEU NEGRO (1959)
A versão de Vinicius de Moraes para a tragédia de Orfeu e Eurídice foi levada às telas pelo francês Marcel Camus, com elenco formado em sua maioria por brasileiros e embalado pelas canções de Antonio Carlos Jobim. A obra ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1969 e, um ano depois, recebeu o cobiçado Oscar de melhor filme estrangeiro. Mas o prêmio foi para a França, pois o longa era o representante francês na cerimônia (a obra era uma coprodução entre França, Brasil e Itália).
Sábado (4), às 18h
9 de março, às 20h
LIXO EXTRAORDINÁRIO (2011), de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley
Mais um documentário brasileiro que concorreu ao Oscar, neste caso em 2011. O filme se concentra no trabalho do artista plástico Vik Muniz no aterro sanitário de Gramacho, no Rio, então o maior lixão da América Latina. Muniz fotografa os catadores que trabalham no local, ao mesmo tempo em que conhecemos mais de cada um deles.
Domingo (5), às 18h
O QUATRILHO (1995), de Fábio Barreto
O longa acompanha dois casais em uma comunidade rural de imigrantes italianos no Rio Grande do Sul de 1910, e as consequências de uma traição entre eles. No elenco estão Glória Pires, Patrícia Pillar, Gianfrancesco Guarnieri e José Lewgoy, e a trilha é de Caetano Veloso. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1995, o longa foi derrotado por ‘A Excêntrica Família de Antonia’, de Marleen Gorris, que concorria pela Holanda.
10 de março, às 20h
O BEIJO DA MULHER-ARANHA (1985), de Hector Babenco
A adaptação do romance de Manuel Puig dirigida por Babenco concorreu a quatro Oscars em 1986: filme, ator, diretor e roteiro adaptado. Apenas William Hurt foi premiado, por sua interpretação de Molina, homossexual que divide uma cela com o preso político Valentin (Raul Julia). Outro destaque do elenco é Sonia Braga.
11 de março, às 13h
CIDADE DE DEUS (2002), de Fernando Meirelles
O longa sobre a favela Cidade de Deus sob a ótica de dois personagens, Buscapé e Zé Pequeno, foi de preterido em 2003 a quatro nomeações no ano seguinte. Em 2003, a obra foi indicada pelo Brasil como representante na disputa da estatueta de filme estrangeiro, mas não conseguiu ficar entre os cinco finalistas. Um ano depois, após uma intensa campanha de marketing da Miramax, distribuidora de 'Cidade' nos EUA, recebeu quatro nomeações à estatueta dourada: melhor diretor, roteiro adaptado, edição e cinematografia.
11 de março, às 15h30
CENTRAL DO BRASIL (1998), de Walter Salles
O filme sempre é lembrado como um dos representantes brasileiros mais injustiçados pelo Oscar. Mas também foi histórico, com a indicação de Fernanda Montenegro a melhor atriz em 1999, tornando-a a primeira e única pessoa nascida no Brasil a concorrer a um prêmio de atuação. Mas aí veio a injustiça: a Academia resolveu premiar Gwyneth Paltrow, por 'Shakespeare Apaixonado'. Por fim, o longa perdeu a estatueta de filme estrangeiro para 'A Vida é Bela', de Roberto Beningni.
12 de março, às 15h30
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.