Baú do Cinema

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Baú do Cinema - Hanuska Bertoia
Hanuska Bertoia
Descrição de chapéu Oscar

Confira onde ver filmes do diretor Elia Kazan, morto há 20 anos

Autor de clássicos, cineasta ficou marcado por delação de colegas comunistas

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O diretor Elia Kazan, autor de clássicos como "Uma Rua Chamada Pecado" e "Sindicato de Ladrões" - Divulgação

O diretor Elia Kazan, morto em 28 de setembro de 2003, aos 94 anos, está entre os grandes nomes do cinema americano, mas não sem controvérsia.

Seu sucesso começou nos palcos, principalmente ao dirigir adaptações de peças de Tennessee Williams e Arthur Miller. No final dos anos anos 1940, fundou com colegas o celebrado Actors Studio, em Nova York, que influenciou, e ainda influencia, gerações de atores.

No cinema, foi diretor influente e fez longas que se tornaram clássicos (basta ver a lista abaixo). Mas seu talento foi ofuscado pela colaboração com o macarthismo. Em 1952, Kazan denunciou colegas como comunistas ao Comitê de Atividades Antiamericanas da Câmara.

Delação que não foi esquecida por parte de Hollywood. Em 1999, Kazan recebeu um Oscar honorário das mãos de Martin Scorsese e Robert De Niro, mas parte da plateia de celebridades não se levantou das cadeiras nem o aplaudiu.

A seguir confira onde ver os principais longas do diretor. A disponibilidade nos serviços de streaming e os preços foram consultados nesta terça-feira (03).


Dorothy McGuire, Gregory Peck e Sam Jaffe em "A Luz é para Todos" (1947)
Dorothy McGuire, Gregory Peck e Sam Jaffe em "A Luz é para Todos" (1947) - Divulgação

A LUZ É PARA TODOS (1947)
O longa aborda o preconceito pelos olhos do jornalista Philip, interpretado por Gregory Peck. Instado por seu editor a fazer uma reportagem sobre o tema, ele decide dizer que é judeu para retratar o antissemitismo nos EUA dos anos 1940. Logo surge um outro conflito, a falta de ação de Kathy (Dorothy McGuire), a namorada de Philip. Ela abomina o preconceito, mas se acomoda, aceita que parte da sociedade o perpetue. O longa recebeu o Oscar de melhor filme em 1948, em que também foram premiados Kazan (melhor diretor, em sua primeira estatueta) e Celeste Holm (atriz coadjuvante).
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Marlon Brando como Kowalsky  e Vivien Leigh como Blanche em "Uma Rua Chamada Pecado" (1951)
Marlon Brando como Kowalski e Vivien Leigh como Blanche em "Uma Rua Chamada Pecado" (1951) - Divulgação

UMA RUA CHAMADA PECADO (1951)
Antes de levar às telas a peça de Tennessee Williams, Kazan havia dirigido, em 1949, uma versão na Broadway com Marlon Brando como Kowalski e Jessica Tandy no papel de Blanche. Para a adaptação cinematográfica, o diretor repetiu boa parte do elenco, mas encontrou resistência ao nome de Jessica, pois a Warner queria uma estrela para viver a personagem. Vivien Leigh foi a escolhida. Ainda na produção, Kazan e o estúdio tiveram de lidar com as exigências do órgão censor americano. Quando o filme ficou pronto, um grupo católico o condenou, obrigando Kazan a cortar algumas cenas. Ao estrear, o longa foi sucesso de público e crítica e faturou quatro Oscar (atriz, ator e atriz coadjuvante e direção de arte).
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Cena do filme "Sindicato dos Ladrões"
Eva Marie Saint e Brando em "Sindicato de Ladrões" (1954) - Divulgação

SINDICATO DE LADRÕES (1954)
A parceria entre Kazan e Marlon Brando, que pertencia ao Actors Studio, chegava ao terceiro filme (depois de "Uma Rua", eles fizeram juntos "Viva, Zapata", de 1953). Na trama, Brando é o ex-boxeador Terry, que em conflito com gangster que domina o sindicato dos estivadores de Nova Jersey, torna-se um delator. Kazan chegou a dizer que se via no personagem de Brando, em referência ao episódio da caça às bruxas aos colegas comunistas.

Em sua autobiografia, o diretor afirmou que se interessou pelo roteiro de "Sindicato" porque anteriormente havia trabalhado com Arthur Miller em um projeto fracassado sobre corrupção sindical. O longa recebeu oito Oscar em 1955: melhor filme, ator (Brando), atriz coadjuvante (Eva Marie Saint), diretor, roteiro, cinematografia, edição e direção de arte em preto e branco (a Academia dava dois prêmios nesta categoria, para filmes PB e coloridos).
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James Dean como Carl em cena em uma plantação em "Vidas Amargas" (1955)
James Dean como Carl em cena em uma plantação em "Vidas Amargas" (1955) - Divulgação

VIDAS AMARGAS (1955)
Kazan dirigiu James Dean nesta adaptação do romance "A Leste do Éden", de John Steinbeck. O ator é Carl, jovem que disputa com o irmão a atenção do pai, religioso e rígido, às vésperas da Primeira Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, ele procura a mãe, que deixou a família quando os filhos eram pequenos, em grande parte por conta da personalidade do marido. Pelo longa, Dean, morto em 1955, recebeu a primeira indicação póstuma em um Oscar, em 1956. O filme faturou uma estatueta, de melhor atriz, para Jo Van Fleet, que interpreta a mãe de Carl.
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Montgomery Clift (de costas), Lee Remick, Jo Van Fleet em "Rio Violento" (1960)
Montgomery Clift (de costas), Lee Remick (à esq.), Jo Van Fleet em "Rio Violento" (1960) - Divulgação

RIO VIOLENTO (1960)
Kazan disse em sua biografia que planejou por muitos anos fazer um filme sobre o New Deal, o plano de recuperação econômica lançado pelo presidente Roosevelt após o crash da Bolsa de 1929. Em "Rio Violento", o diretor usa o tema para mostrar como o "progresso" afeta a vida das pessoas. Na trama, Montgomery Clift é um funcionário do governo que vai a uma cidade do sul dos EUA em que uma grande represa, obra do New Deal, está sendo construída. Sua tarefa é convencer uma mulher de mais de 80 anos se recusa a deixar suas terras, que serão inundadas.
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Natalie Wood e Warren Beatty em cena de "Clamor do Sexo" (1961)
Natalie Wood e Warren Beatty em cena de "Clamor do Sexo" (1961) - Divulgação

CLAMOR DO SEXO (1961)
A estreia de Warren Beatty no cinema, ao lado de Natalie Wood, é outro clássico assinado por Kazan. A trama se passa em uma cidadezinha do Kansas nos anos 1920, antes do crash da Bolsa. A atriz é Wilma, garota que se apaixona por Bud, rapaz que pertence a uma família rica. O desejo que aflora entre os jovens deixa um rastro de frustrações e confusões, em parte incentivado pelos parentes de ambos. O título brasileiro não é nada sutil quanto a isso (o original é "Esplendor na Relva"). O longa ganhou o Oscar de melhor roteiro e ainda recebeu uma indicação de melhor atriz para Natalie.
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Ingrid Boulting e Robert De Niro em "O Último Magnata" (1976)
Ingrid Boulting e Robert De Niro em "O Último Magnata" (1976) - Divulgação

O ÚLTIMO MAGNATA (1976)
Kazan voltou às adaptações em seu último longa, desta vez uma novela inacabada de F.Scott Fitzgerald, baseada na vida de Irving Thalberg, chefe da MGM. Os direitos do romance haviam sido comprados pelo produtor Sam Spiegel, com a intenção de que Mike Nichols ("A Primeira Noite de um Homem" ) dirigisse. Mas ele desistiu por conta de problemas de agenda, e o roteiro foi oferecido a Kazan. No longa, Robert De Niro é o poderoso produtor Monroe Stahr, na Hollywood dos anos 1930. Uma curiosidade: este foi o único filme em De Niro contracenou com Jack Nicholson, que interpreta um sindicalista.
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