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'A Terra é redonda o tempo todo', rebate Haddad ao ser chamado de negacionista

Ministro participa de audiência pública na comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados

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"A Terra é redonda o tempo todo", rebateu o ministro Fernando Haddad (Fazenda) depois de ser chamado de negacionista pelo deputado Abilio Brunini (PL-MT) em audiência pública na comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

"Me chama de negacionista? Defendi a vacina o tempo todo [durante a pandemia de Covid], a Terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terra é redonda, vocês negam que a vacina previne. Negam que deram um calote em precatório, negam que deram calote em governador e eu que sou negacionista?", disse Haddad, associando o parlamentar ao bolsonarismo.

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Ministro Fernando Haddad (Fazenda) em evento no Palácio do Planalto - Evaristo Sá - 9.mai.2024/AFP

O congressista, em réplica, disse que "de modo algum" fez referência ao fato de a Terra ser redonda ou plana.

Durante sua fala inicial, Brunini contestou o panorama da economia brasileira apresentado por Haddad aos parlamentares. Ele argumentou, por exemplo, que o preço do arroz já estava elevado antes da tragédia no Rio Grande do Sul e que a picanha –promessa de campanha do presidente Lula (PT)– não tinha chegado ao prato da população brasileira.

"O senhor é um negacionista? O senhor não queria estar no Ministério da Fazenda, queria estar no Ministério da Cultura tocando 'Blackbird'?", disse o deputado, em referência à entrevista concedida ao vivo por Haddad à jornalista Natuza Nery, em julho do ano passado, quando o ministro tocou acordes da música dos Beatles.

Quando assumiu a palavra, o chefe da equipe econômica rebateu o congressista, dando início a um bate-boca na comissão. "Deputado Abílio me acusa de gostar de filme, livro e música. Gosto da cultura, sei que o bolsonarismo tem dificuldade com as artes."

Abilio Brunini acumula polêmicas na Câmara. Após os ataques aos prédios dos três poderes em 8 de janeiro de 2023, ele gravou um vídeo no salão verde da Câmara afirmando que os estragos eram mentira.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chegou a defender que a Justiça punisse parlamentares que tenham incentivado os atos golpistas ou tentado minimizar o episódio, fazendo referência a Brunini.

Na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investigou o 8 de janeiro, o deputado chegou a ser expulso pelo presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), após interromper inúmeras vezes a fala da deputada Duda Salabert (PDT-MG).

Também na CPMI do 8 de janeiro ele foi acusado de transfobia e violência de gênero contra a deputada Erika Hilton (Psol-SP). Parlamentares disseram ter ouvido ele comentar que Erika Hilton estaria "ofertando seus serviços".

Um processo foi aberto no Conselho de Ética contra Brunini por causa desse episódio, mas acabou arquivado.

Em novembro do ano passado, o parlamentar bolsonarista se envolveu em uma confusão durante audiências realizadas na Casa para debater a situação do povo palestino na Faixa de Gaza. O PT submeteu à Câmara uma representação contra o deputado por quebra de decoro parlamentar, sob acusação de "tumultuar" e "provocar celeumas e discórdias".

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