No meio do esforço para responder ao desastre da chuva no Rio Grande do Sul, o governo Lula (PT) passou por dois testes de fogo no Congresso nesta semana. O resultado pode ser considerado relativamente positivo para o Palácio do Planalto, se considerada a crise dos últimos tempos com o Legislativo.
No primeiro lance, o governo suou mais do que deveria, mas conseguiu aprovar no Senado o projeto que restabelece o DPVAT, o seguro obrigatório de veículos. Nessa mesma votação, ainda liberou R$ 15 bilhões para o Orçamento desse ano.
O detalhe é que eram necessários pelo menos 41 votos, e o governo teve exatamente 41 votos. Apesar da vitória, o placar levou alguma tensão ao Planalto, porque mostra uma situação dura no Senado: a oposição é bem organizada, e o governo quase não conseguiu formar maioria num projeto considerado crucial para as contas de 2023.
O segundo caso foi a sessão do Congresso que derrubou um veto de Lula e recompôs R$ 3,6 bilhões em emendas parlamentares. O desfecho não foi tão ruim para o governo porque o estrago poderia ter sido maior.
A Câmara e o Senado queriam mais de R$ 5 bilhões, mas o Planalto negociou com os líderes o tamanho da fatura e ainda afastou, ao menos por enquanto, uma faca que os parlamentares mantinham no pescoço do governo.
Veja vídeo da análise de Bruno Boghossian.
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