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Glauber chama Lira de bandido e o acusa de tramar cassação de seu mandato; veja vídeo

Presidente da Câmara repudiou ataques e disse que ofensas pessoais são incompatíveis com o decoro parlamentar

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O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) chamou nesta quarta-feira (28) o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de "bandido" e o acusou de tramar a cassação de seu mandato.

Glauber é alvo de processo no Conselho de Ética da Câmara pelo episódio em que se desentendeu e agrediu um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) na Câmara dos Deputados, em abril.

Nesta quarta, o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) apresentou relatório favorável ao prosseguimento da representação apresentada pelo partido Novo e que, ao final, pode resultar na cassação do mandato.

Deputado, de terno e gravata, discursa em comissão da Câmara
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) na sessão do Conselho de Ética desta quarta-feira (28), quando foi apresentado relatório favorável à continuidade do processo contra ele - Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Após a leitura do relatório, Glauber acusou Lira de ser o mentor da tentativa de cassar o seu mandato e chamou Magalhães de "mentiroso" e de ter produzido um relatório "comprado".

Os dois bateram boca. O presidente do Conselho, Leur Lomanto Júnior (União-BA), saiu em defesa de Lira e ameaçou cortar o microfone de Glauber caso ele voltasse a chamar o presidente da Câmara de bandido.

Em nota, Lira repudiou os ataques sofridos e disse considerar ofensas pessoais incompatíveis com o decoro parlamentar.

"Xingamentos, ofensas pessoais e agressões são comportamentos incompatíveis com a compostura e com o decoro que se esperam de um integrante da Câmara dos Deputados. Merecem pronta repulsa episódios como o ocorrido hoje, por parte de parlamentar que já responde a outro processo perante o Conselho de Ética por ter agredido uma pessoa presente no interior da própria Câmara dos Deputados, casa dos representantes do povo."

Lira disse ainda seguir "comprometido com o bom debate parlamentar e com a respeitosa troca de ideias".

Correligionário de Glauber, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu vista do relatório preliminar, o que adiou a votação.

Caso o conselho aprove o parecer preliminar de Paulo Magalhães, inicia-se o rito no conselho, que é o órgão responsável por analisar atos disciplinares dos parlamentares e emitir um parecer.

No caso de recomendação de cassação, a palavra final é do plenário da Câmara, onde é preciso o voto de ao menos 257 dos 513 parlamentares para que haja a punição.

Glauber Braga sempre disse não ter se arrependido da agressão, repetindo isso na sessão desta quarta.

Em abril, o psolista chutou um membro do MBL identificado como Gabriel Costenaro e o expulsou das dependências da Câmara. Os dois seguiram discutindo no estacionamento do anexo 2 da Câmara e, após serem separados, foram levados para prestar depoimento no Departamento de Polícia Legislativa da Casa.

Nesse momento, o parlamentar e o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) também discutiram. Braga chama o colega de "defensor de nazista" e Kataguiri levantou o dedo contra ele. Na sequência, os dois trocaram empurrões.

Kim é um dos fundadores do MBL, grupo identificado com a direita. Nas redes sociais, Gabriel Costenaro tem várias publicações em que provoca políticos de esquerda e jornalistas, enquanto outra pessoa filma.

Braga disse à época que não era a primeira vez que ocorria aquele tipo de provocação por parte de Costenaro —no perfil da rede social do militante do MBL há registros de ao menos um outro encontro entre os dois. "Não vamos aceitar ficar sofrendo perseguição permanente desse sujeito", disse o parlamentar.

"Não é de hoje que Glauber Braga tem adotado uma postura inaceitável para um parlamentar. Hoje ele extrapolou todos os limites ao agredir Costenaro, um membro do MBL que estava quieto na dele. #GlauberCassado", publicou Kataguiri na ocasião.

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