Café na Prensa

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Café na Prensa - David Lucena
David Lucena
Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 café

Cafeína era considerada doping até Olimpíadas de Sydney, em 2000

Substância não é mais proibida, mas ainda é monitorada pela Wada, para evitar abusos

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São Paulo

Até o início dos anos 2000, ingerir cafeína em excesso poderia fazer com que um atleta fosse punido por doping.

A substância –acima de determinados limites– era considerada proibida pelas autoridades antidoping entre 1984 e 2003.

A imagem mostra uma mão segurando uma colher enquanto mexe um copo transparente com café quente. O café está em um recipiente com um filtro, e há vapor saindo do líquido. Ao fundo, pode-se ver outros copos e utensílios de café.
Cafeína em excesso era considerado doping, mas era difícil medir a quantidade de café equivalente ao total permitido - Danilo Verpa/Folhapress

Portanto, até as Olimpíadas de Sydney, em 2000, o atleta que fosse flagrado com quantidade de cafeína acima do permitido poderia ser penalizado.

O problema começou nos anos 1980, quando surgiram relatos de que esportistas estavam usando altas doses de cafeína pura, a fim de elevar o desempenho. Com isso, em 1984 a substância foi proibida acima do nível urinário de 15 microgramas por ml. Em 1985, esse valor foi reduzido para 12.

O leitor pode estar se perguntando a quantas xícaras de café isso equivale. A explicação virá adiante, quando analisarmos as razões pelas quais a substância passou a ser permitida.

Por que a cafeína deixou de ser proibida?

Primeiro porque, mesmo em pequenas doses, a cafeína já é capaz de melhorar o desempenho, uma vez que dá mais disposição e adia a fadiga.

Ainda assim, os benefícios decorrentes do uso da cafeína são pequenos. Além disso, é uma substância de uso generalizado, consumida pela vasta maioria dos atletas. Logo, todos esses competidores se beneficiariam com o uso, o que não provocaria um desequilíbrio entre os atletas.

Outra questão era a dificuldade de estabelecer quantidades consideradas normais, e não abusivas. Isto porque o exame é feito a partir da urina, e uma quantidade muito pequena da cafeína ingerida é excretada inalterada.

Por isso, os níveis urinários de cafeína variam conforme muitos fatores, como o momento da ingestão, a depuração metabólica, a massa corporal, a hidratação, o tipo e a intensidade do exercício, o gênero do atleta e até se a pessoa faz uso habitual da substância ou não.

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Então, respondendo a indagação do início do texto, é muito difícil saber a quantas xícaras de café equivaleriam as tais 12 microgramas por ml medidas na urina. Isto porque depende do peso da pessoa, do quanto ela se hidrata, de quanto tempo faz que ela ingeriu a cafeína, se ela ingere a substância frequentemente ou não etc.

Portanto, diante de tudo isso, em 2003 a Wada (Agência Mundial Antidoping) decidiu retirar a cafeína –em qualquer quantidade– da lista de substâncias proibidas, e passou-a para o programa de monitoramento. Isso quer dizer que a entidade não veda mais o uso, mas continua monitorando, para tentar identificar indícios de abuso.

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