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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Bordadeiras rebatem críticas nas redes ao uniforme do Brasil nas Olimpíadas: 'Preconceito com Nordeste'

Bordado das jaquetas para cerimônia de abertura do evento esportivo foi feito por artesãs do Rio Grande do Norte

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São Paulo

Desde a última semana, intensificaram-se os comentários negativos em relação aos uniformes que a delegação brasileira vai vestir durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas 2024, nesta sexta-feira (26), em Paris. Assinado pela Riachuelo, a jaqueta jeans que faz parte do traje tem desenhos feitos por bordadeiras do Rio Grande do Norte.

Bordado presente no traje do time Brasil para cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris
Bordado presente no traje do time Brasil para cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris - Divulgação

Alcilene Medeiros da Conceição, 44, é bordadeira de Timbaúba dos Batistas (RN) e coordenadora do grupo Timbaúba dos Bordados, que fez parte da parceria com o Instituto Riachuelo para bordar parte do traje que os atletas vão desfilar no evento que dá o ponta pé inicial aos jogos.

Ela conta que tem acompanhado a repercussão negativa nas redes sociais sobre as roupas que ela e sua equipe ajudaram a bordar. "Eu vejo como uma forma de preconceito com o povo e a região do Nordeste", diz em entrevista ao #Hashtag.

Alcilene Medeiros da Conceição, 44, é bordadeira de Timbaúba dos Batistas (RN) e ajudou a bordar peças para a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos
Alcilene Medeiros da Conceição, 44, é bordadeira de Timbaúba dos Batistas (RN) e ajudou a bordar peças para a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos - Arquivo pessoal

Alcilene explica que a ideia e a criação do design foram do Instituto Riachuelo. A partir disso, o grupo que ela coordena e outras associações da região bordaram onças, araras e tucanos nas jaquetas jeans.

"O uniforme não está feio. Foi feito com muito amor, carinho e capricho e pensado no conforto dos atletas. Eu super queria um para mim", conta Alcilene.

Salmira Torres, 69, é artesã, presidente da Associação das Bordadeiras e também secretária de Desenvolvimento e Turismo do município. Ela afirma que a entidade de artesãs recebeu o pedido do Instituto Riachuelo no dia 15 de outubro de 2023 para bordar 1.500 peças em um prazo de 90 dias.

Em relação às críticas, ela ameniza e vê com positividade a repercussão das peças na internet.

"É uma maravilha, porque é uma grandeza para o nosso município que fica no semiárido nordestino. Estamos valorizando a nossa fauna e flora, e nada mais lindo do que a gente levar um pouco do nosso Brasil para as Olimpíadas", diz Salmira.

Salmira Torres e Jailma Araújo, coordenadora de artesanato no município, vão representar as bordadeiras em Paris, financiadas pela Embratur, e vão levar com elas uma máquina para divulgar o trabalho da cidade na capital francesa.

Cathyelle Schroeder, CMO da Riachuelo, conta que a parceria com as bordadeiras foi algo pontual e faz parte do programa Pró-Sertão da entidade, que incentiva a geração de empregos no semiárido do Rio Grande do Norte, lançado em 2013.

Em relação às críticas das peças, Schroeder afirma que fazem parte do papel da empresa ouvir o consumidor e aprender. Segundo ela, ao contrário de todas as peças, os bordados são os mais elogiados.

No site da loja, uma jaqueta jeans unissex está saindo pelo valor de R$ 599,90.

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