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Ciclocosmo - Caio Guatelli
Caio Guatelli
Descrição de chapéu ciclismo

Doria lembra Erika Sallum, mas ciclovia ganha nome de São Paulo

A jornalista foi homenageada em placa, a pista passa a chamar Ciclovia São Paulo

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi à ciclovia do rio Pinheiros neste sábado (18) para anunciar a entrega da terceira fase do sistema de iluminação e a nova sonorização da pista. Além dos anúncios, grande parte do discurso foi dedicado a homenagear a jornalista e cicloativista Erika Sallum, falecida em agosto, e que teve seu nome cogitado para nomear o trecho. Contudo, foi num ofício divulgado após o evento que se tornou público o novo nome da ciclovia —Ciclovia São Paulo.​

Cercado por membros do governo, pelo empresário Michel Farah —que detém a concessão da pista— e pelo presidente da Enel, o governador destacou a importância do trabalho de Erika como jornalista e como cicloativista e comentou sobre sua contribuição para o bem estar social.

Na presença de familiares e amigos da jornalista, Doria revelou uma placa dedicada à Erika. "Homenagem à jornalista esportiva e ciclista Erika Sallum. Em reconhecimento ao seu trabalho em prol do ciclismo e da mobilidade sustentável", traz o texto da placa que será afixada na entrada da ciclovia.

Descerramento de placa em evento
Michel Farah (E), Doria e Luiz Sallum, pai de Erika Sallum, com a placa em homenagem à jornalista, morta em agosto. - Caio Guatelli

Indagado sobre o pedido popular para nomear a ciclovia com o nome de Jornalista Erika Sallum —uma campanha popular com duas mil assinaturas foi endereçada a Doria em setembro—, o governador não foi direto e preferiu revelar novos projetos de ciclovias rodoviárias no interior do estado.

Após comentar os novos investimentos, descerrar a placa e atender jornalistas, o governador partiu para uma pedalada de 7 quilômetros pela ciclovia antes de partir.

Já com o evento encerrado, a Secretaria de Comunicação do Governo soltou uma nota oficial com o anúncio da mudança no nome da ciclovia do rio Pinheiros: "o novo nome da pista que passa a ser denominado Ciclovia São Paulo".

Para o cicloativista Sasha Hart, um dos idealizadores da campanha que pedia o nome de Erika para a ciclovia, a decisão por nomear Ciclovia São Paulo envolve interesses políticos e financeiros. Hart comenta que, além de homenagens a personalidades do universo ciclístico —como o da Erika, os nomes mais úteis para ciclovias são os que indicam o destino, e ainda lembra: "a ciclovia do rio Pinheiros faz parte de um projeto muito maior, que liga Guarulhos a Santos, e esse é o nome dos sonhos".

Michel Farah acredita que o novo nome remete a capacidade de conectar o estado por uma longa ciclovia, e lembra o projeto de grande eixo cicloviário ligando Guarulhos a Santos. "Não acredito que a intenção foi possibilitar o naming rights (venda da exploração comercial de nome e espaço público). Para mim, o nome Ciclovia São Paulo tem um sentido mais importante, de conectar o estado por uma longa linha cicloviária, e é isso o que queremos", diz o empresário.

Doria pedala bicicleta ao lado de outros ciclistas
O governador João Doria pedala na Ciclovia São Paulo, local onde anunciou novos investimentos de mobilidade sustentável - Caio Guatelli

A Ciclovia São Paulo é hoje composta por dois trechos de 9,5Km, interrompidos e desconectados pela obra do Monotrilho desde 2013, época que chegou a ter 22Km contínuos e ligava o bairro do Jaguaré (norte, sem conexão com ruas) à avenida Miguel Yunes (sul). A obra do Monotrilho interrompe a via por 3Km.

Durante o evento, Doria prometeu que até junho de 2022 a interrupção será desfeita e a Ciclovia São Paulo voltará a ter 22Km contínuos.

Ao fim do discurso, Doria fez outra promessa: "o nome da Erika será lembrado em um novo projeto".

Como foi reportado aqui, o nome Jornalista Erika Sallum foi aprovado recentemente no projeto de ciclopassarela que prevê a ligação dos bairros Pinheiros e Butantã por ponte exclusiva para ciclistas e pedestres.

Essa futura ponte, que propõe conectar a periferia ao centro da cidade, tem tudo a ver com a mensagem de inclusão social que a jornalista defendia, e é o desejo dos que clamam por mobilidade sustentável.

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