Puxado pelas importações, o mercado de bicicletas elétricas registrou aumento de 9,6% em 2022 na comparação com o nível registrado no ano anterior, aponta pesquisa divulgada nesta sexta-feira (7) pela Aliança Bike, entidade que reúne empresas do setor.
Segundo seu boletim técnico de março, a produção nacional de bicicletas elétricas ficou estagnada em torno de 25 mil unidades por ano. Já as importações cresceram de 15.936 unidades em 2021 para 19.875 unidades em 2022.
Para Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike, o resultado recorde, de 44.833 unidades colocadas à venda, mostra que o "crescimento é sólido e constante, passando praticamente incólume pelas crises de demanda e fornecimentos".
No Brasil, o mercado de elétricas vai na contramão do mercado das bicicletas sem motor, que além da queda de 35% nas vendas, teve também uma redução de 53% no volume de importações em 2022.
Na comparação de preços, as elétricas também seguiram no sentido contrário. Enquanto dados do IPCA indicam um aumento de 7,47% no preço das bicicletas tradicionais em 2022, o levantamento feito pela Aliança Bike aponta para uma queda de 3,9% no preço médio das bicicletas elétricas, de R$ 7.075 em 2021 para R$ 6.800 em 2022.
Para Nildo Guedes, diretor de marketing da fabricante nacional de bicicletas Sense, a volatilidade do mercado foi causada pelo excesso de demanda provocado pela pandemia, nos anos 2020 e 2021, época que a Sense duplicou suas instalações em Manaus para conseguir atender todos os pedidos. "Mas em 2022 as vendas caíram assustadoramente", disse Guedes ao se referir ao mercado das bicicletas tradicionais.
Com relação às elétricas, Guedes diz que a indústria só não produz mais porque ainda faltam peças que não são produzidas no país, como motores e câmbios, mas garante que todas as unidades que conseguiu colocar no mercado em 2022 foram vendidas.
Para 2023, na soma de importações e produção nacional, a Aliança Bike projeta uma alta entre 19% e 27%, ou seja, até 57 mil unidades de bicicletas elétricas injetadas neste ano no mercado nacional.
Para obter os resultados, a Aliança Bike utilizou metodologia própria sobre dados obtidos do Ministério da Fazenda e da Abraciclo (associação que reúne fabricantes de motos, bicicletas e similares). A pesquisa não procurou destacar ou excluir produtos que eventualmente não se encaixam no conceito de bicicleta elétrica, como, por exemplo, veículos declarados como bicicletas elétricas mas que apresentam seus motores conectados a aceleradores de manopla ao invés de "sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar", como define a lei.
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