No vídeo da reunião ministerial de 22 de abril de 2020, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deu a senha: enquanto o Brasil se ocupava em salvar vidas na pandemia do coronavírus, era preciso aproveitar para "passar a boiada". Isto é, o governo deveria alterar a legislação de proteção ambiental.
Desde então, e ainda antes, o que temos visto é a desregulamentação e o desbaratamento dos órgãos de fiscalização do governo, favorecendo a ação predatória de grileiros, garimpeiros e madeireiros na Amazônia e em outras regiões do país.
Na charge, além de Jair Bolsonaro, estão a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, cotada para vice na chapa do presidente; o ex-deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto, um dos líderes do centrão e presidente do PL, partido ao qual o presidente está filiado; o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, atualmente dedicado a criticar as urnas eletrônicas; e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, flagrados em negociatas no Ministério da Educação. Eles são cúmplices da destruição ao emprestar apoio político ao governo.
Bruno Pereira, o indigenista brasileiro assassinado juntamente com o jornalista inglês Dom Phillips, foi afastado de suas funções na Funai, em setembro de 2019, para que a boiada do que há de mais arcaico e retrógrado da sociedade brasileira pudesse passar.
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