Ao se deixar filmar comendo churrasco folheado a ouro no Qatar, os jogadores da seleção brasileira fizeram uma aposta de alto risco.
Com a eliminação das quartas-de-final, o bife de ouro brilha como símbolo de um grupo de atletas fúteis, que não captaram com a gravidade do momento. Era hora de se recolher e se preparar seriamente para as partidas seguintes. A farra perdulária soou como cantar vitória antecipadamente.
Se faturassem a Copa do Mundo, mandariam um cala-boca para aqueles que, como eu, criticaram a noitada de ostentação em Doha.
E ganhariam o encosto que pousou no ombro de Messi: seriam perseguidos por Salt Bae, o churrasqueiro mais chato do mundo.
Salt Bae, apelido do turco Nusret Gökçe, é um notório exibicionista. Adora aparecer na pose em que derrama sal sobre a carne de um jeito espalhafatoso. Estava evidente que o sujeito é um sem-noção, mas ele não tinha dado amostras públicas de ser uma mala tão inconveniente.
Assim que terminou a final com a França, Salt Bae invadiu o gramado (deve ter um pistolão que lhe conseguiu crachá) e ficou incomodando os jogadores argentinos. Correu atrás de Messi até que este, cansado de fugir do pentelho, posou contrariado para uma foto.
O assédio do churrasqueiro rendeu uma tonelada de memes nas redes sociais.
Agora imagina como seria se o Brasil tivesse ganhado.
No mínimo, Ronaldo Nazário convidaria o chato da carne de ouro para acompanhar a seleção na volta ao Brasil. E tudo terminaria com uma foto triunfal na rampa do Palácio: Neymar, Salt Bae, o futuro ex-presidente Jair Bolsonaro, o troféu do mundial, uma bisteca de ouro.
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