A desvalorização dos ativos internacionais tem assustado muitos investidores que foram atraídos por três anos de ganhos. Não acostumados com queda tão intensa e rápida, muitos investidores se questionam quão frequente ela ocorreu no passado.
Segundo pesquisa da B3, divulgada em 14 de dezembro do ano passado, dos seus mais de 2 milhões de investidores, 86% já investiam ou tinham interesse em iniciar os investimentos nessa categoria.
Considerando o desempenho relativo dos dois mercados, muitos foram atraídos pelo desempenho melhor e menor risco no passado. No entanto, neste mês de janeiro, descobriram que bolsa de valores tem risco, seja no Brasil ou internacionalmente.
Fiz um levantamento para colocar, em perspectiva, a intensidade da queda observada neste mês. Mas, antes vamos a um pequeno Quiz.
Desde 1929, ou seja, nos últimos 1.105 meses ou 92 anos, em quantos meses a bolsa americana caiu 8,6% ou mais?
a) 10 meses;
b) 40 meses;
c) 60 meses;
c) 90 meses;
d) 110 meses.
A bolsa americana, representada pelo índice S&P 500, já cai neste mês de janeiro 8,6%.
O gráfico acima apresenta a distribuição de frequência dos retornos do S&P500 nos últimos 92 anos.
É possível ver que quedas na magnitude do mês atual não ocorrem com frequência.
Por ser um evento raro, ou seja, ele ocorreu em apenas 3,6% dos meses desde 1929, o investidor pode imaginar que o pior já passou.
Entretanto, a estatística não é favorável para esta conclusão. Dos 40 meses que a bolsa americana caiu 8,6% ou mais, em 55% das vezes, ou seja, em 22 meses, o mês seguinte também foi negativo.
Assim, é recomendável analisar se sua posição em risco considera um horizonte de longo prazo e está adequada ao seu perfil de investidor.
Esta revisão é relevante para você não ter de tomar decisões precipitadas no calor do momento.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor
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