Normalmente quando se pensa em proteção para a inflação, o primeiro ativo que vem à mente são títulos de renda fixa referenciados ao IPCA. No entanto, também há ativos negociados em bolsa que possuem a característica de proteção para a inflação. Exemplifico duas formas de se usar a bolsa de valores para investir em ativos que o protegem da inflação no longo prazo.
Não existe consenso sobre a afirmação que ações de uma forma geral são ativos que protegem o investidor da inflação. De fato, há estudos acadêmicos como o de Gultekin de 1983, publicado no prestigiado Journal of Finance que contrariam esta afirmação.
No entanto, alguns ativos específicos guardam características que notadamente os classificam como protetores de alta nos preços no longo prazo.
Falo das empresas que possuem contratos que são reajustados pela inflação. Isso ocorre de forma geral nas empresas de concessões de serviços públicos, por exemplo.
Notadamente, aquelas cuja receita dependem menos da demanda de consumidores, tendem a estar mais correlacionadas com títulos de renda fixa referenciados ao IPCA. Por exemplo, as empresas de transmissão de energia elétrica: Taesa, Transmissão Paulista e Alupar.
Os gráficos acima mostram a evolução dos preços das ações da Alupar e da Transmissão Paulista em relação ao índice de títulos públicos referenciados ao IPCA de vencimento superior a cinco anos (IMAB5+).
Uma alternativa de longo prazo para proteção para a inflação na bolsa são os fundos de investimentos imobiliários (FIIs).
Como os ativos que os FIIs investem, usualmente, também são atualizados por algum índice de inflação, no longo prazo, estes ativos são bons protetores para a inflação. Especialmente os fundos imobiliários de CRI, pois estes não sofrem com os riscos de vacância dos empreendimentos.
O gráfico acima apresenta a evolução do índice de fundos imobiliários e o IMAB5+. É evidente a relação entre os dois gráficos.
Importante mencionar que ativos negociados em bolsa têm maior risco. Portanto, seu investimento deve ser realizado com cautela, alinhado com o perfil do investidor e com horizonte de longo prazo.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor
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