Existe uma confusão dos investidores sobre o que é um investimento adequado para se viver de renda. Quando se fala em renda passiva, muitos aplicadores consideram apenas ativos que pagam dividendos. Este é um erro que vou explicar.
Para entender o que é a definição de renda passiva, primeiro vou explicar o que é o oposto, ou seja, a renda ativa.
Renda ativa ocorre quando você troca trabalho por dinheiro. Assim, seu emprego te gera uma renda ativa. Você trabalha e ganha um salário.
Nem todo dividendo pode ser classificado como renda passiva.
Se você é empresário e está ativamente cuidando do negócio, os dividendos de sua empresa são renda ativa. Se você sair da administração, talvez a empresa não tenha o mesmo desempenho e até gere prejuízo.
A renda passiva ocorre quando você recebe rendimentos sem realizar trabalho diário e constante sobre aquilo que te gera a renda.
Perceba o termo: rendimentos. Não são somente os dividendos. De fato, os dividendos são um dos possíveis proventos que se pode receber e não é tudo.
Os rendimentos de aplicações são compostos de duas partes: proventos e ganho de capital.
Além do dividendo, dentre os proventos que você pode receber se encontram os juros de aplicações.
Assim, o que qualifica um investimento a ser elegível ao posto de gerador de renda passiva é ele prover rendimentos positivos.
Quando falo de rendimentos positivos, menciono a soma de proventos e ganho de capital.
Não adianta ter dividendos positivos e uma perspectiva de ganho de capital negativa. Portanto, o dividendo sozinho não é suficiente.
Com os altos juros que estamos vivendo no Brasil, o melhor veículo hoje para se viver de renda passiva é a renda fixa. Os juros recebidos são imbatíveis. E o rendimento é certo.
A alta da taxa Selic para 13,75% ao ano, nesta última quarta-feira, favorece ainda mais esta escolha.
Como diria nosso Ministro Paulo Guedes, "voltamos a ser o país dos rentistas", e isso ocorre na renda fixa.
Não estou dizendo que um investidor deva ter apenas renda fixa na carteira, mas apenas que ela possui, hoje, o melhor balanço de retorno por risco.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor
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