Desde meados de julho até o fechamento de hoje, o Ibovespa se valorizou mais de 17%. Quando olhamos esse desempenho, um sentimento aflora na maioria dos investidores. Esse sentimento é internacionalmente conhecido pela sua sigla em inglês, FOMO. Explico abaixo o que é esse sintoma e o que você deveria fazer.
A sigla FOMO significa Fear Of Missing Out (medo de estar de fora). Esse sintoma ocorre pelo nosso medo natural de perder ou estar perdendo algo bom.
É preciso ter muito cuidado para não se deixar levar pelo otimismo de curto prazo.
Valorizações como esta ocorrem com maior frequência do que imaginamos. Principalmente, em mercados que sofreram forte desvalorização recente e são surpreendidos com dados melhores que o esperado.
Assim, espere a próxima chance. Não tente entrar no trem quando seu movimento pode estar próximo de parar ou de reverter.
Vendo uma forte alta, acreditamos que o movimento recente deve se repetir e, por receio de perder, queremos pular dentro a qualquer preço.
É preciso considerar onde se encontra o preço de mercado e a probabilidade de ele se repetir olhando para frente.
Sim, embora pouco provável, é possível que o Ibovespa suba mais 15% antes do fim do ano.
Isto significaria o índice atingir quase 130 mil pontos.
Entretanto, convenhamos, parece pouco provável que, com todas as incertezas nacionais e internacionais e com a elevada taxa de juros, nossa bolsa alcance a alta histórica atingida em junho de 2021. Pelo menos, parece pouco provável que este movimento seja de uma alta contínua sem reversões negativas como a que já vimos no primeiro semestre.
Portanto, se você está sofrendo de FOMO, lembre-se que estar hoje no CDI já vai proporcionar um retorno próximo ou até superior a 13% nos próximos 12 meses. Assim, aplicar na renda fixa seria quase como ganhar a alta da bolsa da qual se tem medo de perder, só que com maior certeza.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor
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