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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Especialistas justificam a derrocada dos criptoativos e explicam quando eles devem se recuperar

Ethereum deve ultrapassar valor de mercado do Bitcoin em breve

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Neste sábado, ocorreu o Mercday, evento anual da empresa de pesquisa focada no mercado de criptoativos, Mercurius Crypto. O encontro envolveu uma série de palestras de seus analistas que explicaram dúvidas de curiosos e investidores. Eu ainda estou na primeira categoria, portanto aprendi bastante. Comento abaixo alguns pontos de destaque.

Da esquerda para a direita, Orlando Telles (sócio fundador da Mercurius), eu e Danilo Perotti (sócio fundador da Mercurius)
Da esquerda para a direita, Orlando Telles (sócio fundador da Mercurius), eu e Danilo Perotti (sócio fundador da Mercurius) - Michael Viriato

As dúvidas mais simples são as mais difíceis de explicar, por exemplo: qual o valor justo de um criptoativo?

Esta indústria ainda está em um estágio muito embrionário. Portanto, há muito ainda por ser feito e um dos campos mais urgentes diz respeito à regulação.

Antigamente, regulação era um palavrão para investidores deste mercado. Hoje, estes mesmos imploram para que ela chegue mais rápido. Esta súplica não é à toa. Parte dos problemas existentes neste mercado reside na sua ausência.

Em sua apresentação, Orlando Telles, um dos fundadores e analista da Mercurius, elencou os três principais eventos que justificaram a derrocada dos preços dos criptoativos neste ano.

A evolução do Bitcoin no gráfico abaixo apresenta esta relação entre os eventos e o preço do instrumento. Do pico atingido no final de 2021 até hoje, a desvalorização de preços do Bitcoin superou 75%.

Evolução dos preços do Bitcoin e os eventos que justificaram sua queda.
Evolução dos preços do Bitcoin e os eventos que justificaram sua queda. Fonte: Apresentação no Mercday da Mercurius Crypto. - Michael Viriato

No primeiro semestre de 2022, este ativo sofreu, assim como as bolsas americanas, com o início do aumento de juros nos EUA. Nos últimos sete meses, dois outros fatores fizeram os criptoativos alcançarem novas mínimas.

Os dois eventos foram o colapso do sexto maior criptoativo, o projeto Terra Luna. Esta quebra foi o estopim de um efeito dominó sobre outras empresas.

A quebra do protocolo Terra, desencadeou o colapso de três outros grandes agentes: o fundo Three Hedge Capital e as empresas BlockFi e Celcius.

Agora imaginem quem tentou salvar estes do colapso? Exatamente, a segunda maior corretora de criptos do mundo, a FTX.

Não por acaso esta mesma corretora pediu falência no início de novembro.

Se ilude quem imagina que o efeito dominó já se esgotou.

O movimento de alta de taxas de juros, fez secar os fundos que injetavam recursos em projetos não lucrativos e a quebra da FTX levantou a bandeira de uma atitude temerária que muitos adotaram no momento de bonança.

Mas, segundo os analistas da Mercurius, há luz no fim deste túnel. A quebra da FTX trouxe a urgência de uma regulação. Há esperanças de que uma maior regulação recupere a confiança de investidores neste mercado. Também, o fim do ciclo de aperto monetário pelo FED e principais Bancos Centrais pelo mundo deve reduzir a incerteza e volatilidade.

Na recuperação, os analistas elencaram e justificaram algumas de suas principais apostas. A maior segurança de Telles é que, em breve, o segundo maior cripto em valor de mercado, o Ethereum deve ultrapassar o Bitcoin.

Hoje o valor de mercado do Ethereum é cerca de metade do Bitcoin. Logo, se eles estiverem certos, vender Bitcoin e comprar Ethereum pode gerar um grande resultado.

Também há uma aposta no mercado de finanças descentralizadas, conhecida como DeFi. Por exemplo, os projetos Lido Finance, Polygon e Uniswap.

Finalmente, as apresentações foram enriquecedoras e mostraram o grande potencial que esta indústria promete se transformar.

Qual é minha opinião sobre este mercado?

Comecei a trabalhar no mercado financeiro em 1998, antes da bolha de Internet.

De 1998 a 2002, as empresas de internet também eram promessas. Naquele momento, elas não geravam qualquer resultado.

A avaliação para decisão de compra era realizada por meio de métricas que no mínimo poderiam ser consideradas como temerárias. Pagavam-se preços absurdos por participações naquelas empresas.

A maioria delas hoje não existe mais e algumas das gigantes naquele momento, hoje, após duas décadas, não valem um terço do pico que atingiram.

Os criptoativos estão em estágio similar. Praticamente todos não geram resultado algum. Logo, sua avaliação ainda é feita de formas que remontam ao que se via na época do boom de internet. Não se fala em fluxo de caixa, nem em perspectiva de lucros.

Acredito que a indústria de criptoativos vai conquistar seu espaço no mercado, mas assim como você não precisava ter corrido o risco de errar a escolha da empresa no boom e no colapso da bolha da internet, você não precisa correr o risco agora com os criptoativos neste momento de incerteza.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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Caso tenham dúvidas ou sugestões de temas, por favor, fiquem à vontade para enviar por e-mail.

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