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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu juros Selic

Estes três ETFs de renda fixa internacional podem render mais que a Selic

Uma categoria de títulos de renda fixa internacional apresenta alto potencial de retorno neste momento

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Nos últimos anos, o número de instituições internacionais disponíveis a investidores brasileiros se multiplicou. Entretanto, a diversificação internacional é um desafio para os brasileiros. Isso ocorre, porque o número de alternativas de investimento no exterior é significativamente superior a nacional.

Uma categoria de títulos de renda fixa internacional apresenta alto retorno neste momento. Spencer Platt/Getty Images/AFP (Photo by SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) - Getty Images via AFP

Sem saber onde investir, usualmente, aplicadores correm mais risco, investindo em ações ou em Bonds de empresas brasileiras. Hoje abordo três alternativas de diversificação em renda fixa internacional que podem se valorizar mais que a Selic.

A taxa Selic está hoje em 13,75% ao ano. Entretanto, esta remuneração está com seus dias contados. Esta taxa é similar à outra taxa muito acompanhada pelos investidores, a taxa DI.

Segundo o contrato de DI futuro negociado na B3, o rendimento acumulado do CDI ao longo dos próximos cinco anos deve ser equivalente a 11% ao ano. Para que a média do CDI, nos próximos 5 anos seja de 11% ao ano, uma trajetória possível seria a Selic cair cerca de 1% ao ano neste período.

O equivalente à taxa Selic nos EUA é a chamada taxa dos Federal Funds. Ela hoje está em 5,1% ao ano.

A pergunta que fica é: será que investidor que envia recursos para o exterior e aplica nos Fed Funds deve ganhar mais que investindo no CDI ou Selic?

Para entender o retorno total que um investidor pode ter ao aplicar no exterior, é preciso estimar qual a valorização provável do Dólar no período.

É possível assumirmos uma valorização cambial média para o Dólar de 4% ao ano ao longo dos próximos 5 anos. Esta foi a média aritmética anual de valorização dos últimos 20 anos. Me antecipando às críticas, sim, a média aritmética é um melhor estimador que a média geométrica.

Respondendo à questão anterior, se o dólar se valorizar 4% ao ano, o retorno dos Fed Funds deve ser menor que o da Selic nos próximos anos.

No entanto, é possível investir de forma diversificada em renda fixa internacional e, possivelmente, ganhar mais que a Selic.

Existem três fundos negociados em bolsa (ETFs) que têm títulos com taxa média de juros superior a 8% ao ano e maturidade média de 5 anos.

O código dos três ETFs é: HYG, USHY e JNK. Nesta ordem, eles são os três maiores ETFs negociados nos EUA de High Yield Bonds.

O nome High Yield significa alto rendimento. Associado a este rendimento mais elevado está um maior risco. Os títulos em carteira possuem classificação de risco de crédito média de BB, por agências de risco.

Este maior risco de crédito é mitigado pela enorme pulverização das carteiras. Os três ETFs possuem mais de mil títulos em seus portfólios. Um deles, o USHY, por exemplo, com 1923 títulos em carteira, é o mais diversificado dentre eles.

Com uma rentabilidade esperada superior a 8% ao ano, acrescida de uma valorização do dólar de 4% ao ano, estes ETFs devem render ao investidor o equivalente a mais de 12% ao ano.

Portanto, um retorno esperado maior que o estimado para a Selic nos próximos 5 anos.

O ponto de atenção é a possibilidade de mais altas de juros nos EUA. Se isso ocorrer, as taxas dos títulos sobem e a marcação a mercado será negativa nestes ETFs no curto prazo.

Apesar de ser uma aplicação de renda fixa, é preciso lembrar que estes investimentos têm maior risco que o CDI ou Selic. Portanto, é preciso avaliar com cuidado se eles estão em acordo com seu perfil de investidor.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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