Baú do Cinema

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Baú do Cinema - Hanuska Bertoia
Hanuska Bertoia
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Dez clássicos do cinema brasileiro para ver de graça

No dia da cinematografia nacional, confira filmes disponíveis gratuitamente

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Em 19 de junho de 1898, o italiano Affonso Segreto usou um cinematógrafo para registrar imagens da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Ele estava a bordo do navio Brésil, que havia saído de Bordeaux, na França. A data foi considerada a do primeiro registro cinematográfico no Brasil e, assim, 19 de junho se tornou o Dia do Cinema Brasileiro. Para celebrá-lo, confira dez clássicos do cinema nacional disponíveis em serviços gratuitos de streaming.


Cena de "Braza Dormida" (1928), filme mudo de Humberto Mauro - Divulgação/Divulgação

BRAZA DORMIDA (1928)
Longa de Humberto Mauro, um dos pioneiros do cinema brasileiro, traz uma trama romântica, filmada em Cataguases (MG). No filme, o jovem Luis é contratado para gerenciar uma usina de açúcar em Minas. Lá, se apaixona por Anita, filha do patrão. Além dos filmes de ficção, Mauro realizou inúmeros curtas e documentários nas três décadas em que esteve no Ince (Instituto Nacional de Cinema Educativo), onde foi diretor técnico. Parte dessas obras também pode ser vista no site da Cinemateca.
Onde ver
Banco de Conteúdos Culturais da Cinemateca Brasileira (http://bcc.cinemateca.org.br/filmes)

Grande Otelo em cena de 'Carnaval Atlântida' (1952)
Grande Otelo em "Carnaval Atlântida" (1952), em que faz dupla com Oscarito - Divulgação

CARNAVAL ATLÂNTIDA (1952)
Chanchada clássica da Atlântida, com duas de suas estrelas, Oscarito e Grande Otelo. No longa, eles são dois malandros que sugerem ao produtor de cinema Cecílio B. de Milho, uma referência a Cecil B. DeMille, a criação de uma chanchada carnavalesca. O produtor, no entanto, quer fazer um filme sobre Helena de Troia. Acaba empregando os malandros como faxineiros, e eles se envolvem em uma série de confusões durante a produção do longa. Tudo embalado por músicas como "No Tabuleiro da Baiana", "Pastorinhas" e "Rasguei a Minha Fantasia".
Onde ver
Banco de Conteúdos Culturais da Cinemateca Brasileira

Amácio Mazzaropi em "Jeca Tatu", adaptação de obra de Monteiro Lobato

JECA TATU (1959)
Um longa de Amácio Mazzaropi, responsável por grandes sucessos populares, não poderia faltar na lista de clássicos brasileiros. O filme, produzido pela companhia do ator, adapta o conto "Jeca Tatuzinho", de Monteiro Lobato, homenageado nos letreiros da produção. Mazzaropi interpreta o Jeca, caipira no interior de São Paulo que briga com um latifundiário vizinho de sua roça. Faz parte do elenco a atriz Geny Prado, companheira de cena do ator em vários longas.
Onde ver
NetMovies (https://www.netmovies.com.br/)

O ator Othon Bastos em cena de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha - Divulgação

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964)
Considerado um dos marcos do Cinema Novo, o longa foi o segundo filme de Glauber Rocha. Nele, Manuel (Geraldo Del Rey) e Rosa (Yoná Magalhães) vivem no sertão, dependendo de trabalhos prestados a um coronel. Quando Manuel se revolta e mata o patrão em uma briga, o casal é obrigado a fugir, unindo-se ao grupo de um beato. Em 2022, o longa foi exibido na sessão de clássicos do Festival de Cannes, na França, 58 anos depois de ter causado grande impacto na croisette.
Onde ver
Itaú Cultural Play (https://www.itauculturalplay.com.br/) e Banco de Conteúdos Culturais da Cinemateca

Paulo Villaça como o personagem título de "O Bandido da Luz Vermelha", de Rogério Sganzerla - Divulgação

O BANDIDO DA LUZ VERMELHA (1968)
Em sua estreia nos longas, Rogério Sganzerla se inspirou na história de um criminoso procurado em São Paulo, apelidado como Bandido da Luz Vermelha e tema das manchetes dos jornais de então. Na versão do diretor, Paulo Villaça interpreta o personagem título, batizado de Jorginho. Entre um crime e outro, ele se apaixona por Janete Jane, famosa na Boca de Lixo. Na obra, Sganzerla incorpora diversos gêneros e linguagens, realizando um marco no cinema nacional.
Onde ver
Itaú Cultural Play e SPCine Play (https://www.spcineplay.com.br/pages/1)

Sonia Braga como dona Flor e os dois maridos, Teodoro (Mauro Mendonça) e Vadinho (José Wilker), no longa de Bruno Barreto - Divulgação

DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS (1976)
O longa de Bruno Barreto figurou por muitos anos como campeão de bilheteria nacional. Só perdeu o posto em 2010, para "Tropa de Elite 2", de José Padilha. Nesta adaptação da obra de Jorge Amado, Sonia Braga é dona Flor, professora de culinária que fica viúva do malandro Vadinho (José Wilker). Ela se casa de novo, com o certinho Teodoro, e recebe visitas do fantasma do falecido. A música tema do longa é outro clássico _"O Que Será", composta por Chico Buarque e interpretada por Simone.
Onde ver
Itaú Cultural Play

Cena de "Bye By Brasil", de Cacá Diegues, exibido na mostra de filmes clássicos do Festival de Cannes de 2024
José Wilker no comando da caravana Rolidei, em "Bye By Brasil", de Cacá Diegues - Divulgação

BYE BYE BRASIL (1979)
Cacá Diegues e sua caravana Rolidei mostram no filme um Brasil profundo em transformação. O longa acompanha uma trupe de artistas liderada por Salomé (Betty Faria) e Lorde Cigano (José Wilker). Eles rodam o Brasil, passando pela Transamazônica, pelo São Francisco, pelo sertão e pelo litoral nordestino. No meio do caminho, encontram Ciço (Fábio Jr.), jovem sanfoneiro que, apaixonado por Salomé, se une ao grupo levando sua mulher, Dasdô.
Onde ver
NetMovies

Luiz Fernando Ramos e Marília Pêra em "Pixote, a Lei do Mais Fraco", de Hector Babenco - Divulgação

PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO (1980)
Hector Babenco traduziu a crueza das ruas de São Paulo neste clássico que acompanha o menino Pixote (Fernando Ramos da Silva). Levado a um reformatório juvenil, o garoto sofre abusos e violência. Com amigos, consegue fugir do local e passa a viver nas ruas, onde convive com traficantes, cafetões e a prostituta Sueli, interpretada por Marília Pêra. Anos após seu lançamento, o filme transpôs a ficção: o ator Fernando Ramos da Silva, então com 19 anos, foi morto em uma ação policial em Diadema.
Onde ver
Itaú Cultural Play e SPCine Play

Edson Celulari como o médico Cirino em "Inocência" (1983) - Divulgação

INOCÊNCIA (1983)
Walter Lima Jr. filma com delicadeza a história de amor proibida de Inocência (Fernanda Torres) e o médico Cirino (Edson Celulari), baseada na obra homônima de Visconde de Taunay. A trama se passa no sertão mineiro, no final do século 19. A jovem mora com o pai e está doente. O médico vive em andanças, à procura de pacientes. O pai de Inocência, vivido por Sebastião Vasconcelos, pede que ele trate da garota, o amor entre os dois floresce, mas a jovem está prometida para outro.
Onde ver
NetMovies

Cena do filme 'Cabra Marcado Para Morrer'
Elizabeth Teixeira com os filhos em filmagem de 1964 de "Cabra Marcado Para Morrer" - Divulgação

CABRA MARCADO PARA MORRER (1984)
Eduardo Coutinho começou a rodar em 1964 este documentário sobre um líder camponês morto na Paraíba. O golpe militar, no entanto, interrompeu as filmagens. Em 1981, às vésperas da redemocratização do país, Coutinho voltou ao projeto. Ele procurou a viúva do camponês, Elizabeth Teixeira, que teve de mudar de nome e de cidade durante a ditadura, e entrevistou personagens com quem havia conversado 17 anos antes. O resultado é um clássico do cinema brasileiro.
Onde ver
Itaú Cultural Play

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