De Grão em Grão

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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Carteira de ações ou franquia de negócio, qual o melhor investimento?

Utilizo três indicadores básicos para comparar os dois investimentos

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Recentemente, um investidor me colocou a seguinte questão: o que é melhor, montar uma franquia ou uma carteira de ações? A princípio muitos diriam que o melhor seria uma franquia. Entretanto, quem responde isso, costuma esquecer um fator importante.

É possível utilizar três indicadores básicos para comparar os dois investimentos. REUTERS/Brendan McDermid ORG XMIT: PPP - NYK503 - REUTERS

De fato, não existe uma resposta única. Infelizmente, o melhor resultado só poderá ser conhecido depois de se fazer o investimento e de se esperar o amadurecimento.

Vou usar três indicadores para comparar os dois tipos de investimento: risco, retorno e crescimento.

Por exemplo, muitos falam que uma franquia é um bom negócio, pois já foi testado. Entretanto, a média das franquias são negócios muito menos maduros do que as empresas negociadas em Bolsa.

Por serem mais maduras, as empresas na Bolsa tendem a ser mais seguras que um pequeno negócio que pode quebrar mais facilmente.

Portanto, ao contrário do conhecimento geral, ser sócio de empresas listadas em Bolsa tende a ser menos arriscado do que de uma franquia.

Adicionalmente, por serem negócios menos arriscados e mais maduros, as empresas em Bolsa também vão oferecer menor potencial médio de retorno.

Como as franquias são negócios menores e mais arriscados, elas costumam apresentar maior retorno. Como se diz, um negócio arriscado, quando dá certo, é um excelente negócio e todos esquecem do risco.

Um detalhe importante que muitos desconsideram quando medem o retorno é o esforço empregado pelo dono da franquia.

Quando você fica sócio de uma empresa listada em bolsa, você não faz ou controla o trabalho da equipe de marketing, de vendas, de operações, de limpeza, da controladoria e de outras tantas áreas que você como dono de uma franquia tem de controlar e muitas vezes até fazer.

Portanto, muitas vezes, o lucro recebido na franquia nada mais é do que o pagamento de seu trabalho diuturno, de fins de semana e sem férias.

Vejo casos de franquias que exigem investimento de R$ 500 mil em que o retorno é dito como de 20% ao ano, ou seja, de R$ 100 mil. Parece muito bom. Entretanto, esse ganho de R$ 8,3 mil mensais nada mais são do que o salário de seu próprio trabalho.

Nestas franquias, se você contratasse um gerente para fazer seu trabalho, o retorno seria esmagado e não ficaria distante do retorno observado no mercado de ações.

Lembra quando se fala que no mercado de ações é possível ter renda passiva? O mesmo, dificilmente, pode ser dito para uma franquia.

Se você coloca R$ 1 milhão em uma franquia, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), você pode obter retorno de 23% ao ano, ou seja, de R$ 230 mil anuais.

Em Bolsa, se você constrói uma carteira de dividendos com o mesmo valor, pode esperar um rendimento médio de dividendos de 7% ao ano, ou seja, de R$ 70 mil ao ano. Como falamos, o retorno é menor que o da franquia, mas demanda menos esforço e apresenta menor risco.

Em ambos, a rentabilidade total só é conhecida quando se vende as cotas de sua participação, pois, neste momento, você sabe qual foi o ganho de capital.

Quando se fala em potencial de crescimento, uma franquia única costuma ter crescimento mais rápido no início, mas é limitado no longo prazo, pois uma loja tem suas limitações físicas. Para crescer, é necessário abrir mais lojas. Mas, este crescimento demanda uma nova carga de investimento.

No mercado de ações, o crescimento potencial dos lucros não é limitado no longo prazo. Entretanto, como as empresas são mais maduras, o crescimento tende a ser mais lento no curto prazo.

Se você deseja uma renda que muitas vezes se confunde com salário e estar ativo no desenvolvimento do negócio, a franquia é a opção mais indicada.

Caso seu interesse seja simplesmente na renda de longo prazo e com menor risco, uma carteira de ações pode ser o mais recomendado.

Assim, ambos os negócios possuem estágios diferentes e têm características distintas. Acredito que os dois investimentos atendem a investidores diferentes e podem ser boas escolhas de investimentos quando bem selecionadas.

Sem dúvida não abordei todos os fatores para comparação de ambos, mas deixo o espaço dos comentários para você adicionar o que faltou. Aproveite e comente qual dos dois investimentos você prefere?

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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