De Grão em Grão

Como cuidar do seu dinheiro, poupar e planejar o futuro

De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu juros

Não basta poupar para alcançar uma aposentadoria tranquila

Poupar sem um planejamento financeiro é como dirigir sem uma estrada

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Normalmente, quando se fala em aposentadoria, liberdade financeira ou independência financeira, cita-se como o primeiro passo fazer poupança. À primeira vista, o conselho parece muito adequado. Entretanto, essa sugestão faz com que a maioria das pessoas que começam, abandonem o que deveria ser o primeiro passo. Apenas quando se chega em idade mais avançada, é que se percebe que o primeiro passo foi deixado de lado.

Com mais de 5.000 km, a Rota 40 é uma espécie de Rota 66 sul-americana
Poupar sem um planejamento financeiro é como dirigir sem uma estrada - Visit Argentina/Divulgação

Costumo dizer que a melhor analogia para o controle de nossas finanças é como as finanças de empresas são realizadas.

Então, imagine em uma empresa e alguém diz que o primeiro passo para se atingir os objetivos é vender. Será que isso seria o mais adequado? Qualquer nível de venda resolve? A venda de qualquer mix de produtos vai te fazer chegar ao objetivo? O que pode ser feito com os recursos da venda?

O primeiro passo de qualquer jornada é o planejamento. Não se monta uma empresa sem um planejamento. Também não se inicia um plano para aposentadoria ou independência financeira sem um planejamento.

Sem um plano, tudo é possível e nada é alcançado.

Sem um plano, você não sabe quais seriam os produtos adequados a se investir, se está poupando o que deveria, ou se pode gastar parte do que poupou. Este último tópico é um dos maiores detratores dos planejamentos malfeitos. Tenho vários exemplos deles, mas vou contar que ocorreu no mês passado.

Um indivíduo com um portfólio de aproximadamente R$ 1 milhão me disse: preciso trocar de carro. O valor do adicional se aproximava de R$ 150 mil. Ou seja, 15% do valor de seu patrimônio.

Tenho certeza de que alguém aqui vai comentar: mas, guarda-se dinheiro para isso. Sim, parte do dinheiro deve ser usado para lazer, satisfações pessoais. Entretanto, apenas se essa despesa consta do plano.

Sim, o planejamento financeiro vai incluir, além de suas despesas ordinárias, os objetivos intermediários como, por exemplo, viajar, trocar de automóvel e outras aquisições.

Normalmente, os indivíduos que desejam satisfazer uma vontade de curto prazo justificam ela com o "Eu preciso ...", por exemplo, "Eu preciso viajar", "Eu preciso trocar o celular", "Preciso comprar outro imóvel" ou "Eu preciso trocar de carro". Você quer ou precisa? Por que precisa?

Parece algo inocente gastar 15% de suas reservas em um bem. Afinal, para quem tem R$ 1 milhão, que mal faz compra um bom carro?

Entretanto, essa atitude pode comprometer todo um plano para a aposentadoria.

Imagine que esta pessoa que "precisava" adquirir um carro tivesse 52 anos e pretendesse se aposentar com 60 anos ganhando um adicional ao INSS de R$ 8,3 mil.

Este indivíduo demorou 30 anos poupando R$ 1,25 mil para chegar à soma atual de R$ 1 milhão. Foram necessários mais de 15 anos de poupança para alcançar os R$ 150 mil iniciais.

Esses R$ 150 mil seriam responsáveis por uma receita de R$ 1,15 mil mensais por 30 anos até atingir os 90 anos.

Este é só um exemplo de como a ausência de um plano pode prejudicar e te levar, inocentemente, a tomar decisões erradas.

Em um plano financeiro, será definido itens como objetivos de curto, médio e longo prazo, produtos mais adequados, faixas de retorno aceitáveis, restrições de risco, poupança necessária, despesas esperadas, dentre outros.

Também não adianta construir um plano e não ter a disciplina de seguir, pois construir um plano financeiro é como construir uma estrada.

Entretanto, assim como a existência de uma estrada não garante que você chegue a algum lugar se não a percorrer, o planejamento financeiro só vai te levar ao seu objetivo se você percorrer o caminho sem desvios. Mas, sem a estrada, dificilmente se chega.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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