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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu inflação juros Selic

Descubra a forma mais eficiente para investir no melhor indicador de renda fixa

Uma das formas de investimento rendeu o equivalente a mais de 160% do CDI nos últimos 3 anos

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Ao contrário do que a maioria imagina, o melhor indicador de renda fixa não é o CDI, mas o IMAB-5. Ontem, expliquei a razão de minha preferência. Entretanto, como a maioria dos investidores individuais tem preferência contrária e para o CDI, há uma maior disponibilidade de títulos e fundos referenciados a este. Assim, essa mesma disponibilidade não se repete com o IMAB-5. Então, como investir neste último?

Uma das formas de investimento rendeu o equivalente a mais de 160% do CDI nos últimos 3 anos. REUTERS/Brendan McDermid ORG XMIT: PPP - NYK503 - REUTERS

Depois do artigo de ontem, recebi questionamentos sobre como investir no IMAB-5.

Infelizmente, não há títulos referenciados a ele. Logo, há duas formas de investir: tentar replicar com títulos ou por meio de fundos que o replicam.

Tentar replicar comprando títulos públicos que na média resultem no mesmo prazo médio é mais difícil para o investidor comum.

O IMAB-5 é formado por 5 títulos públicos referenciados ao IPCA (NTN-B) com prazo médio de 2,4 anos, como mostra a tabela abaixo.

Título Data de Vencimento Taxa Indicativa (IPCA + % ao ano)
NTN-B 15/08/2024 6,3648
NTN-B 15/05/2025 5,4522
NTN-B 15/08/2026 5,1800
NTN-B 15/05/2027 5,2525
NTN-B 15/08/2028 5,3200

Nenhum destes títulos acima está disponível na plataforma do Tesouro Direto (TD). Nesta plataforma, a NTN-B ou Tesouro IPCA, como é conhecido no TD, mais curto tem vencimento em 2029, ou seja, com prazo superior ao prazo máximo do índice que é de 5 anos.

Assim, uma alternativa é aplicar em fundos passivos que replicam este índice. Estes fundos podem ser abertos e distribuídos em corretoras ou fechados e negociados em Bolsa de valores. Para o investidor que deseja manter liquidez de 1 dia e investir apenas em títulos públicos, estas são boas opções.

Para quem não precisa de tanta liquidez é mais vantajoso replicar com CDBs. Essa escolha é bem interessante, pois resulta em maior retorno e elevada segurança se você investe dentro da garantia do FGC.

Você pode dividir os recursos em CDBs referenciados ao IPCA com prazo de 1, 2, 3, 4 e 5 anos. Alternativamente, pode fazer a mesma distribuição dividindo em títulos de crédito privado como debêntures, CRIs e CRAs. Com os títulos de crédito privado, você troca a garantia do FGC pela grande vantagem da isenção de IR sobre o retorno e melhor liquidez.

O investimento por meio de CDBs pode resultar em ganho de 115% do IMAB-5.

Também com boa liquidez e ganho maior que o IMAB-5, o investimento pode ser feito por meio dos fundos conhecidos como fundos de infraestrutura (FI Infra). Esta alternativa é bastante interessante para quem deseja manter liquidez e contar com a vantagem de isenção de IR.

Da mesma forma que nos fundos de títulos públicos, nos FI Infra há a alternativa de aplicar nos fundos abertos ou nos negociados em Bolsa. Aqui vale chamar a atenção para um ponto. Se engana quem acha que os negociados em Bolsa têm custo de taxas de administração menor. Pelo contrário, há excelentes FI Infra distribuídos em corretoras com taxa de administração menores que os pares negociados em Bolsa.

Os FI Infra negociados em Bolsa têm 6 desvantagens:
1 – Os FI Infra não distribuem na forma de dividendos apenas o juro real. Os FI Infra negociados em Bolsa distribuem juros, inflação, ganhos de capital e podem amortizar principal. Assim, fica confuso para o investidor entender se realmente poderia usar todo o valor dos proventos ou se está usando parte do principal;
2 – Não possuem reinvestimento de juros. O investidor tem de recomprar cotas se deseja reinvestir os proventos e isso pode ser ruim com as duas desvantagens seguintes;
3 – O investidor pode comprar cotas acima do valor justo sem saber. O fundo negociado em Bolsa pode negociar com preço acima do valor patrimonial. Este não é conhecido no momento da compra. Portanto, o investidor pode pagar mais caro que o devido;
4 – Menor liquidez para entrar e sair. Apesar de terem alguma liquidez, há um spread de compra e venda que afeta o retorno final do investimento;
5 – Perda de oportunidades pelo fundo. A distribuição de todos os juros, inflação e ganhos de capital por marcação a mercado faz com que não sobre recursos para o gestor aproveitar oportunidades no mercado;
6 – Captações têm maior custo. Como o gestor não tem caixa para aproveitar oportunidades, quando ele deseja ter mais caixa ele tem de chamar subscrições e estas novas emissões têm custos adicionais.

Como o custo dos FI Infra negociados em Bolsa não é mais barato, seus pares abertos são relativamente mais vantajosos. Mas, há bons FI Infra negociados em Bolsa.

Dado o prêmio de crédito e isenção de IR, o investimento em alguns FI Infra distribuídos em corretora resultou em retorno de 123% do IMAB-5 e o equivalente a 163% do CDI ou Selic nos últimos 3 anos.

Com estas alternativas, o investidor pode fazer ótimos investimentos de renda fixa para médio prazo.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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