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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu Selic juros copom

Volatilidade na renda fixa: decidir entre CDI e IPCA nunca foi tão difícil

Com as oscilações no mercado, investidores conservadores enfrentam desafios na escolha entre a segurança do CDI e a proteção contra a inflação dos títulos atrelados ao IPCA

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Não há como evitar: por mais que se diga que o retorno passado não reflete o futuro, o investidor decide olhando para os retornos recentes. Com o desempenho dos títulos referenciados ao IPCA neste ano, muitos investidores se perguntam quanto deveriam ter desse tipo de indexador de renda fixa.

Operador acompanhando o mercado. REUTERS/Brendan McDermid/File Photo - REUTERS

Uma dúvida similar foi levantada hoje pelo leitor Marcos, que me enviou um e-mail. Ele disse: "Já faz alguns meses que venho estudando sobre investimentos e, durante esse período, cheguei à conclusão de que meu perfil de investidor é conservador. Minha dúvida para você é a seguinte: como faço para saber quando devo deixar meu capital aplicado ao CDI ou ao IPCA+ para ter um ganho real acima da inflação, proteger meu patrimônio e fazer com que ele aumente?"

Embora não tenha conversado diretamente com Marcos para entender se sua dúvida estava relacionada ao desempenho recente dos títulos referenciados ao IPCA, tenho certeza de que muitos compartilham a mesma preocupação. E a culpa é do desempenho. A incerteza é pertinente, afinal, quase todos os títulos referenciados ao IPCA disponíveis na plataforma do Tesouro Direto estão negativos no ano.

Entendo que, quando não se conhece um produto em profundidade e se enfrenta um prejuízo, é difícil acreditar que esse produto pode proteger o patrimônio e ser indicado para um investidor conservador. Os investidores conservadores brasileiros não estão acostumados com retornos negativos.

No entanto, esse título que hoje apresenta resultado negativo, se investido adequadamente – ou seja, de acordo com o horizonte de tempo indicado em seu planejamento financeiro – é um dos mais conservadores disponíveis.

Os títulos referenciados ao IPCA, entretanto, não são adequados para todos os períodos. Por exemplo, para prazos menores que dois anos, os títulos referenciados ao CDI e Selic podem ser mais adequados, pois apresentam menor oscilação de mercado, reduzindo o risco de prejuízo na venda. No curto prazo, é possível investir em CDBs a 114% do CDI ou em fundos de renda fixa com retorno próximo a 120% do CDI.

Para prazos superiores a dois anos, o título referenciado ao IPCA oferece uma segurança adicional que os produtos referenciados ao CDI ou Selic não possuem: a proteção contra a inflação. O prazo do título deve estar alinhado com o horizonte de investimento do investidor para garantir a rentabilidade do produto. Se mantido até o vencimento, o título entregará o retorno contratado.

Portanto, mesmo com retorno negativo neste ano, os títulos referenciados ao IPCA adquiridos no ano passado ou antes terão resultado positivo, igual à taxa de juros contratada na aquisição, se mantidos até o vencimento.

Um erro comum é esperar que os títulos referenciados ao CDI ou Selic se tornem desinteressantes para então investir nos títulos referenciados ao IPCA de prazos maiores. Quando a taxa dos títulos referenciados ao CDI não for mais interessante, o retorno elevado dos títulos referenciados ao IPCA também já não existirá.

Portanto, aproveite o momento de estresse do mercado para readequar sua carteira, investindo nos títulos referenciados ao IPCA e prefixados com prazos adequados ao momento em que você deseja utilizar os recursos.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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