De Grão em Grão

Como cuidar do seu dinheiro, poupar e planejar o futuro

De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu Independência financeira

Uma das piores decisões que você pode tomar na sua vida financeira é adiar; aprenda com o erro de Alberto

Na vida financeira, você tem escolhas até um determinado momento. Se adiar demais, a escolha do destino pode não te agradar

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Certa vez, ouvi que a política é a arte de adiar decisões até que elas percam a importância. Isso pode até ser verdade na política, mas, em sua vida financeira, as decisões funcionam de forma diferente: elas se tornam mais importantes com o tempo. Frequentemente, converso com pessoas que enfrentam os desafios do adiamento, e hoje vou compartilhar a história do Sr. Alberto.

Personare- Por do sol
Na vida financeira, você tem escolhas até um determinado momento. Se adiar demais, o destino escolherá o caminho por você - Gabrie/Unsplash

Conversei com ele na última terça-feira. Este não é seu nome verdadeiro, pois ele pediu para não ser identificado. Pai de dois filhos de casamentos diferentes, uma com 26 anos e outro, do segundo casamento, com apenas 12 anos.

O Sr. Alberto trabalhou 42 anos como engenheiro na iniciativa privada. Aos 66 anos, já deveria estar aposentado, mas não está. Durante sua carreira, ele teve bons salários e não reclama do padrão de vida que levou. No entanto, cometeu um erro crucial: adiou decisões importantes em sua vida financeira.

Atualmente, seu patrimônio é composto por dois automóveis avaliados em R$ 225 mil, um imóvel no valor de R$ 1,5 milhão e investimentos financeiros que somam aproximadamente R$ 950 mil. Alguns podem se perguntar: de que ele reclama?

Lembrem-se de que tudo é relativo. Alguém com um patrimônio de R$ 5 milhões pode estar tão quebrado quanto alguém com R$ 500 mil. A diferença está no nível de gastos.

As despesas mensais do Sr. Alberto somam R$ 35 mil, já inferiores ao que costumava gastar no auge de sua carreira. Hoje, ele precisa conter certos prazeres, pois só a mensalidade da escola de Eduardo, seu segundo filho, custa R$ 4,5 mil. Além disso, ele ainda ajuda Patrícia, sua primogênita, que acaba de se formar, e sua primeira esposa.

Ele me procurou com duas grandes preocupações: como planejar sua aposentadoria e garantir que, na sua ausência, a família tenha um patrimônio capaz de proporcionar uma renda adequada.

O dilema enfrentado pelo Sr. Alberto é comum. Agimos como políticos, adiando decisões relevantes, acreditando que, em algum momento, encontraremos uma solução. Mas, estamos apenas nos iludindo.

Um seguro do tipo vida inteira, que poderia proteger a renda de sua família, custa hoje 87% mais do que custaria se ele tivesse contratado há 26 anos, quando Patrícia nasceu. Com sua renda atual, mesmo continuando a trabalhar, ele precisa escolher entre poupar para a aposentadoria ou deixar a família à própria sorte caso algo lhe aconteça.

Ele espera que a renda das consultorias continue pelos próximos quatro anos, ou seja, até ele completar 70 anos. Depois disso, terá que sobreviver com a renda do INSS, que é de R$ 6 mil, e com o patrimônio acumulado.

Para manter os custos de vida atuais por 25 anos, ou seja, dos 70 aos 95 anos, mesmo considerando a renda do INSS, ele precisaria acumular, a valores de hoje, um total de R$ 5,5 milhões nos próximos quatro anos. Isso é impossível, considerando sua renda de R$ 40 mil e seus gastos de R$ 35 mil.

Portanto, o Sr. Alberto não só não conseguirá se aposentar como desejava, mas também terá que contar com a sorte, como fez nos últimos 42 anos, para que sua família não fique desamparada se algo acontecer com ele.

Acredito que ninguém deseja se encontrar na situação do Sr. Alberto. Ele disse que eu poderia compartilhar sua história para que servisse de lição sobre a importância de agir enquanto ainda há tempo.

Proteja sua família cedo com um seguro e comece a planejar sua aposentadoria o quanto antes. Quanto mais você adia, mais caro fica, e chega um momento em que não há mais nada a ser feito.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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