Frederico Vasconcelos

Interesse Público

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Descrição de chapéu Folhajus

Presidente do TJ paulista recebe medalha do Corpo de Bombeiros

Desembargador Torres Garcia foi condecorado pelo secretário Guilherme Derrite

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São Paulo

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, foi condecorado pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, com uma medalha do Corpo de Bombeiros.

A entrega ocorreu nesta quinta-feira (4), no Memorial da América Latina, em cerimônia pelos 144 anos da corporação. O corregedor-geral de Justiça, desembargador Francisco Eduardo Loureiro, também recebeu a condecoração.

A instituição homenageada é o Corpo de Bombeiros, admirado pela população pelo socorro que presta nas tragédias. A medalha aos desembargadores pelos "relevantes serviços" prestados à corporação é mais uma oportunidade para a Polícia Militar cortejar o Judiciário.

A Justiça não presta serviços à polícia.

Secretário de Segurança Pública homenageia presidente do TJ-SP
Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Fernando Antonio Torres Garcia, é condecorado pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, com medalha comemorativa dos 144 anos do Corpo de Bombeiros - TJ-SP - Assessoria de Imprensa - PS/Divulgação

O presidente do tribunal paulista poderia ter sido condecorado pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel PM Nilton Cesar Zacarias Pereira, ou pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel PM Cássio Araújo de Freitas.

O destaque dado a Derrite no evento sugere uma estratégia para promover o secretário de Segurança Pública.

Em dezembro, o presidente da Apamagis, juiz Thiago Massad, foi homenageado em almoço com Derrite. O encontro foi definido como "um catalisador para relações interpoderes cada vez mais produtivas e harmoniosas".

Nomeado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Derrite teria projetos políticos-eleitorais. As fotos e os filmes do evento poderão ser usados como peça de campanha. O ex-presidente do TJ-SP Ivan Sartori recebeu cinco medalhas da PM. Usou na frustrada campanha eleitoral à Câmara Federal o mote "fui o desembargador relator do caso Carandiru".

Tarcísio condecorou o ex-presidente Jair Bolsonaro com uma medalha da Rota, por conceder indulto natalino aos autores do massacre do Carandiru. As operações da PM no litoral paulista, com 56 mortos até agora, foi a mais letal desde o Carandiru.

Tarcísio de Freitas trocou coronéis da PM considerados legalistas.

Tarcísio promoveu o tenente-coronel Cleotheos Sabino de Souza Filho ao posto mais alto da PM, o de coronel. Sabino foi condenado e cumpriu pena por violência policial, como revelou o repórter Rogério Pagnan, na Folha.

Derrite considerou "uma falha procedimental" a conduta de PMs que agrediram um jovem com golpes de cassetete e um cadeirante, com chutes, durante uma abordagem em Piracicaba, como revelou o repórter Tulio Kruse, na Folha.

Derrite disse que o afastamento do policial não é um "castigo". Vai enviar "policiais das tropas de elite, do Gate, da Rota, do Choque" às regiões metropolitanas do interior", para "treinar a abordagem policial".

Ou seja, leva o modelo da polícia violenta para possíveis redutos eleitorais do bolsonarismo.

Ainda segundo Kruse, o ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, admite que as declarações de autoridades, inclusive do governador, podem influenciar o comportamento da tropa nas ruas.

"Afinal de contas, é a maior autoridade do estado. Ao fim e ao cabo, é o chefe supremo da força policial", diz o ouvidor.

No próximo dia 13, haverá eleição para a sucessão do procurador-geral de Justiça Mário Sarrubbo.

A escolha pode indicar como será no próximo biênio o combate do Ministério Público paulista ao crime organizado e à letalidade da PM. Caberá ao governador decidir entre os nomes da lista tríplice. Não será obrigado a respeitar a ordem de votação, mas não pode escolher fora da lista.

Sarrubbo criou um projeto especial e designou dois promotores substitutos. As investigações das mortes na baixada seguem em ritmo lento.

Surpreende o silêncio ou a falta de providências de autoridades de Brasília.

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