O indigenista da Funai (Fundação Nacional do Índio), Bruno Araújo Pereira, e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do Guardian baseado no Brasil, estão desaparecidos desde domingo (5). Eles viajavam juntos pelo Vale do Javari, no Amazonas, e foram vistos pela última vez na comunidade de São Rafael.
A Polícia Federal foi acionada para investigar o desaparecimento. Bruno e Dom retornavam do Lago do Jaburu, onde visitaram uma base da Funai. "Depois partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas. Assim, deveriam ter chegado por volta de 8h, 9h da manhã na cidade, o que não ocorreu", diz um comunicado da Unijava (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) e da Opi (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato).
Dom, que mora em Salvador, é jornalista especializado na cobertura do meio ambiente. O editor do Guardian, Jonathan Watts, afirmou que seu desaparecimento ocorre após "ameaças de morte ao seu colega indigenista", Bruno.
Nas redes sociais, internautas cobram ação das autoridades. Em especial, jornalistas estão indo às redes manifestar preocupação com o colega e ressaltam que o Vale do Javari tem histórico de invasões pelo garimpo ilegal, bem como enfatizam que Bruno recebeu ameaças por parte destes grupos criminosos.
Colegas de profissão também apontam que Dom faz um jornalismo crítico à exploração ilegal da Amazônia e que também foi alvo de ameaças por parte de madeireiros e garimpeiros ilegais.
Em postagem recente, a jornalista Eliane Brum afirma que a Polícia Federal ainda não iniciou as buscas por Bruno e Dom, que estão, segundo ela, a cargo de indígenas que moram na região.
O editor do Guardian foi ao Twitter para traduzir a informação passada por Brum, que também é uma jornalista com vasta produção na cobertura do meio ambiente.
A pergunta "Onde estão Dom Phillips e Bruno Pereira?" começa a ganhar adesão nas redes no início da tarde desta segunda (6).
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