A aprovação da PEC Kamikaze, que institui um estado de emergência no Brasil e libera R$ 41,25 bi para programas sociais, gerou reações nas redes nesta quinta-feira (30).
Aprovada em votação no Senado, a medida permite ao presidente Jair Bolsonaro (PL) furar o teto de gastos, instrumento que limita o total de despesas do governo federal, e abre os cofres públicos a menos de três meses das eleições.
Segundo o governo, a PEC visa aplacar os efeitos da Guerra da Ucrânia —iniciada em fevereiro— sobre os preços dos combustíveis.
Antes mesmo de ser instituída nesta quinta, usuários já faziam um coro de críticas à medida e ao governo Bolsonaro. As hashtags "#PAC16NAO", "#PECDOGOLPE" e "#PEC DO DESESPERO" estiveram entre as mais comentadas no Twitter durante o dia.
Muitos internautas apontaram o caráter eleitoreiro da proposta, já que o decreto de estado de emergência incluído na PEC impede que o pagamento de benefícios feito pelo presidente seja lido como violação das regras eleitorais.
Segundo a legislação, é proibida a implementação de novos benefícios no ano de realização das eleições. As únicas exceções são programas já em execução ou quando há calamidade pública ou, justamente, estado de emergência.
Bolsonaro busca tenta melhorar seu desempenho na corrida presidencial a poucas semanas do início oficial da campanha. Ele aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Lula (PT).
Alguns também caracterizam o instrumento como uma "bomba atômica fiscal" e especulam sobre as possíveis consequências para a economia do país.
A PEC contou com apoio em peso de senadores da oposição, tanto ligados ao ex-presidente Lula quanto à pré-candidata da terceira via Simone Tebet (MDB-MS). Nas redes, usuários criticaram a postura dos parlamentares e cobraram explicações.
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