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Influenciadores discutem privilégio de Ewbank para confrontar racismo contra os filhos

Donos de perfis afirmam que recepção não seria a mesma se denúncia fosse feita por uma pessoa preta

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São Paulo

A reação de Giovanna Ewbank, 35, ao caso de racismo contra seus filhos Titi e Bless, no sábado (30), no restaurante Clássico Beach Club, em Portugal, repercutiu nas redes sociais e fomentou discussões sobre a mobilização de pessoas brancas em situações de racismo e como suas atitudes são recebidas pelo público de maneira diferente do que acontece com pessoas pretas.

Giovanna Ewbank discute com mulher defendendo filhos de racismo em Portugal
Giovanna Ewbank discute com mulher defendendo filhos de racismo em Portugal - Reprodução

Em vídeo, a atriz aparece insultando a mulher que, segundo sua assessoria de imprensa, chamou as crianças de "pretos imundos" e disse para "voltarem pra África". Seu marido, Bruno Gagliasso, 40, está ao seu lado.

Influenciadoras e influenciadores pretos pontuaram uma posição de privilégio de Ewbank, devido a sua cor de pele e status social, o que permite que sua defesa incisiva dos filhos não seja invalidada ou descredibilizada. Segundo esses influenciadores, é improvável que o mesmo acontecesse no caso de mulheres pretas, principalmente periféricas, que acabam revitimizadas ou silenciadas em situações como essa.

"Uma mulher preta é vista com outros olhos, e talvez eu passe a ser a barraqueira, aquela que não sabe dosar seu ódio. Talvez quem sairia dessa situação presa seria eu, e não a racista" diz Sarah Carolina, criadora de conteúdo sobre maternagem e antirracismo no Instagram (@maternagempreta).

"Passei minha vida inteira ouvindo que, quando sofro esse tipo de agressão, não posso ficar nervosa, senão perco minha razão. Tô sendo vítima de uma situação de violência, mas não tenho direito de perder o equilíbrio, de ofender aquela pessoa que foi violenta comigo. Eu, como mulher preta, tenho que manter a compostura sempre", completa a influenciadora.

Relatos semelhantes ao de Sarah povoaram as redes durante a repercussão do caso:

Lucas Matheus Barbosa opinou que o caso é um exemplo de como o dinheiro não protege pessoas pretas do racismo:

A indignação seletiva é outro problema apontado nas redes. Daniel Pereira relembrou que o caso é apenas um dentre os que ocorrem rotineiramente no Brasil:

Segundo Levi Kaique Ferreira, o comportamento de pessoas brancas nas redes sociais é diferente das reações que costumam ter quando presenciam uma atitude racista:

Perfis elogiaram a postura da atriz, ressaltando a importância do posicionamento firme de pessoas brancas contra comportamentos e atos racistas, especialmente no caso de pais de crianças pretas adotadas, como Ewbank e Gagliasso.

Segundo a criadora de conteúdo Kandre Requião, do perfil @adoteimeusfilhos, "quando uma mãe ou um pai denúncia uma atitude racista, está mostrando aos filhos que eles não podem aceitar isso".

Thiago Amparo, colunista da Folha, tratou a atitude da atriz como um exemplo de como pessoas brancas devem agir na luta antirracista:

Além dos influenciadores, Giovanna recebeu o apoio de famosos. Segundo o jornal português Público, a mulher detida por insultos racistas contra os filhos da atriz foi liberada.

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