O domínio bolsonaro.com.br —antes um site dedicado à divulgação de ações do governo de Jair Bolsonaro (PL) —passou a ser usado como repositório de críticas ao presidente. O endereço está registrado no nome de Gabriel Baggio Thomaz desde 25 de janeiro deste ano e o conteúdo do site foi alterado pela última vez em 11 de agosto, de acordo com a ferramenta Whois.

O conjunto do material, intitulado "Ameaça ao Brasil", reúne ilustrações satíricas e textos com diversos hiperlinks para notícias de jornais.

Na seção chamada "corrupção generalizada", por exemplo, um texto não assinado diz: "Conhecido como a 'Tchuchuca do Centrão', Bolsonaro entregou os cofres do país a políticos corruptos para se firmar no poder, sem deixar de enriquecer sua própria família", remetendo o usuário para notícias de diversos veículos jornalísticos sobre o chamado orçamento secreto, a compra da vacina Covaxin, o "laranjal" do PSL, entre outros casos.

Há ainda seções como "política da morte", "enfraquecimento do Estado de direito", "aliciação das Forças Armadas" e "subserviência a potências estrangeiras".

O site ainda afirma que "a estratégia bolsonarista segue o manual neofascista para enfraquecer a democracia" e equivale Bolsonaro a outros líderes autoritários do mundo, como o venezuelano Nicolás Maduro e Viktor Orbán, da Hungria. Em comum entre eles, diz o texto, está a prática contínua de corroer "as instituições, leis, e restrições políticas aos poucos, destruindo a democracia".

Um dos primeiros usuários nas redes a divulgar as mudanças no site foi o humorista Antonio Tabet, um dos fundadores do Porta dos Fundos, que compartilhou a nova versão do site em seu Twitter ainda na noite de terça (30).

A vinculação entre o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), a perda do site e a ideia de que "esqueceu" de renovar o pagamento alçaram o apelido do filho do presidente, "Carluxo", aos assuntos do momento no Twitter.