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'Sarcasmo não se traduz no Twitter', diz jornalista britânica após tuíte sobre a Copa que viralizou

Correspondente brincou que iria torcer pela eliminação do Brasil; ela afirma que está sofrendo ameaças

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Brasília

A jornalista britânica Samantha Pearson, correspondente do jornal The Wall Street Journal no Brasil, recebeu uma série de ataques nas redes sociais depois de ter feito uma brincadeira no Twitter afirmando que torceria pela eliminação da seleção brasileira na Copa. Na publicação, ela reclamou que seu filho será dispensado mais cedo das aulas nos dias das partidas do Brasil.

"A escola do meu filho aqui no Brasil está mandando os alunos para casa duas horas antes de cada jogo do Brasil na Copa para que os funcionários possam assistir às partidas. Agora vou torcer por uma eliminação rápida da seleção nacional", escreveu, em inglês, na última segunda (21).

Vários brasileiros se sentiram ofendidos e criticaram a jornalista nas redes sociais. "Foi uma brincadeira, eu juro. Mas acho que sarcasmo não se traduz muito bem no Twitter", disse Samantha à Folha.

A jornalista conta que tem recebido até ameaças de morte. Ela relata que, na manhã desta quarta (23), um homem lhe enviou um email com fotos de armas, dizendo que iria fazer da vida dela um terror e que ela teria que sair do Brasil.

A correspondente afirma que, por causa de suas reportagens, ela foi muito atacada durante o período das eleições, tanto por eleitores de Bolsonaro (PL) quanto de Lula (PT). "Mas desta vez foi uma avalanche. Antes, eu recebi ameaças no Twitter. Agora, elas migraram para o Instagram também. As pessoas, inclusive mulheres, postaram comentários nas fotos dos meus filhos falando 'você é uma péssima mãe', 'você odeia o seu filho'."

Foto em preto e branco de uma mulher branca, loira e que está sorrindo
Samantha Pearson, correspondente no Brasil do jornal The Wall Street Journal - Twitter/@samanthapearson

Samantha mora em São Paulo desde maio de 2010. Antes de trabalhar no The Wall Street Journal, foi correspondente da agência de notícias Reuters e do jornal Financial Times. Ela é casada com um brasileiro, e seus dois filhos, um menino de 7 anos e uma menina de 2, nasceram no país.

Por se sentir em casa no Brasil, ela afirma que fez a publicação sobre a Copa sem pensar que isso poderia ofender os brasileiros. "Às vezes eu esqueço que eu sou gringa e que não tenho o direito de criticar como faz o meu marido ou uma amiga."

A correspondente diz que vai torcer pelo Brasil (depois da Inglaterra) e que a publicação foi só um desabafo de uma mãe que precisa trabalhar e cuidar de dois filhos. Ela ressalta que, como escreve para um jornal americano, cujo público não dá a mesma importância à Copa que os brasileiros, a sua carga de trabalho permanecerá igual durante este período.

Para provar que está mesmo na torcida pela seleção, Samantha até postou um foto no Twitter.

Uma das pessoas que responderam à publicação de Samantha foi o jornalista Guga Chacra, correspondente da Globo News em Nova York. "A escola do meu filho aqui em Nova York está mandando os alunos para casa duas horas antes nesta quarta-feira porque na quinta é Dia de Ação de Graças. Eu entendo porque essa é uma tradição nos EUA e eu respeito isso como imigrante", escreveu, em inglês, nesta quarta (23).

Veja outras reações ao tuíte da jornalista britânica.

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