O fim desta segunda-feira (12) foi marcado por queimas de veículos e tentativa de invasão à sede da PF (Polícia Federal) em Brasília após ordem de prisão contra um indígena bolsonarista, José Acácio Serere Xavante. O episódio ocorre mesmo dia em que foi diplomado o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Xavante, conhecido como Cacique Tserere, foi apontado como um dos integrantes dos atos antidemocráticos na capital federal, o que gerou o pedido de prisão feito pela PGR (Procuradoria Geral da República), e atendido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Agora, bolsonaristas defendem que os atos criminosos foram cometidos por "esquerdistas infiltrados". Publicações com as hashtags "Patriotas", "Esquerdistas" e "Infiltrados" aparecem em alta no Twitter nesta terça-feira (13).

Um vídeo mostra um homem conversando com uma pessoa que o filma. Ele diz que havia petistas acampados que teriam se infiltrado e queimado veículos. A gravação não apresenta provas que endossem o diálogo.

Diversas publicações repercutem um outro vídeo, no qual um grupo de pessoas aparece colocando fogo em um ônibus. Nesses compartilhamentos, os perfis dizem ouvir "Fora Bolsonaro", sugerindo que isso confirme a existência de "esquerdistas infiltrados".

Embora seja possível ver que o vídeo foi gravado de cima de um edifício, é impossível identificar a origem das vozes.

Perfis também afirmam que as pessoas supostamente infiltradas foram pagas pela esquerda para deslegitimar as articulações bolsonaristas.

Por outro lado, opositores do atual governo acusam estes materiais de serem fake news. Publicações comparam argumentação que associa violência à esquerda aos argumentos utilizados pelos apoiadores de Donald Trump após a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos. A invasão aconteceu após o republicano perder a eleição, em sessão que confirmaria a vitória de Joe Biden.